Pro leitor Walter Gladinei Poleza, 47 anos, o atendimento que a Unimed Litoral oferece aos clientes, principalmente no hospital do convênio, em Balneário Camboriú, é abaixo da crítica. O gerente de loja sofre de hipertensão e semana passada ficou três horas esperando pra consultar um médico, até desistir. Walter tá indignado por pagar um plano de saúde e não receber em troca um serviço com qualidade. Se sair da Unimed e for no PA de um bairro tu és atendido, carca o morador da Maravilha do Atlântico.
Quinta-feira, Walter teve uma crise de hipertensão e correu pro pronto-atendimento do hospital da Unimed, na avenida do Estado Dalmo Vieira. Lá, levou um chá de cadeira de uma hora e meia só pra ...
Quinta-feira, Walter teve uma crise de hipertensão e correu pro pronto-atendimento do hospital da Unimed, na avenida do Estado Dalmo Vieira. Lá, levou um chá de cadeira de uma hora e meia só pra passar pela triagem. Depois disso, esperou mais uma hora e meia por atendimento, até que desistiu e foi embora. Ele chegou às 11h40 no hospital e saiu às 14h40. Fiquei lá dentro sem almoçar. É desumano ficar num lugar assim, reclama. O gerente de loja conta que ao lado dele uma moça que também aguardava atendimento quase passou mal por conta da fome e não podia sair da salinha de espera porque não tinha previsão de quando seria chamada. A gente paga um plano tão caro e, às vezes, nem consegue set atendido. Acho que tem que chegar morrendo pra eles atenderem, lasca. Segundo Walter, os funcionários não davam informação nenhuma sobre a demora. Pra Walter, essa falta de satisfação ao cliente é um baita de um descaso.
Essa não foi a primeira vez que o gerente de loja ficou com a bunda quadrada na sala de espera do pronto-socorro da Unimed. Rolou perrengue também em agosto, quando ele ficou esperando outras três horas. Na opinião de Walter, o hospital não tem estrutura e nem médicos pra atender a demanda e por isso os clientes acabam prejudicados.
De acordo com a diretora do Procon de Balneário Camboriú, Ornella Amaya, não há uma lei que regulamente o tempo máximo de espera pra atendimento nos PAs (particulares e públicos). A única regra, segundo ela, é a de que os casos de urgência e emergência devem ser atendidos de imediato. Os pacientes que se sentirem lesados com a demora, porém, podem entrar em contato com o Procon e denunciar a situação. Abrimos um procedimento administrativo pra verificar, afirma a chefona.
Unimed diz que vai mudar, mas não revela detalhes
A Unimed Litoral informou, por meio de assessoria de imprensa, que há dois anos os pacientes que chegam ao pronto-atendimento do hospital passam por uma classificação baseada em protocolos internacionais. Nessa triagem, os casos de emergência ganham cor vermelha e são atendidos imediatamente, enquanto os de urgência são classificados na cor laranja. Quem recebe a cor amarela não corre risco de morte e por isso pode ser atendido após os vermelhos e laranjas.
Já quem é encaixado na classificação verde fica bem no final da fila, independentemente da ordem de chegada. Segundo o plano de saúde, cerca de 80% dos clientes que chegam ao PA são enquadrados nessa última classificação.
A Unimed confirma que houve aumento no número de atendimentos realizados no PA e diz que tá em processo de finalização de um projeto que prevê atendimento exclusivo pros pacientes classificados na cor verde, com o objetivo de diminuir o tempo de espera. O hospital, porém, fez boquinha de siri e não revelou detalhes sobre a novidade. Quem tiver reclamações sobre o atendimento na Unimed ou qualquer dúvida pode entrar em contato com a ouvidoria pelo telefone 0800 47 2100 ou da internet, no e-mail falecom@unimedlitoral.com.br.
Mesmo rolo em Itajaí
Seu Irau Jorge Brasil, 58, passou por um perrengue muito parecido. Há 20 anos pagando o plano da Unimed, o integrante do sindicato de conferentes de Itajaí sempre se consultou na unidade de Balneário Camboriú, cidade onde mora. Ao contrário de Walter, Irau diz que não tem o que reclamar do hospital da Maravilha do Atlântico, porque sua bronca mesmo é com a sede em Itajaí.
Ele foi encaminhado pra lá quando descobriu que teria que fazer uma cirurgia pra retirar alguns cistos do rosto. Esperou durante mais de uma hora pra autorizar um exame e não foi atendido. O que deixou Irau mais irritado foi o fato de ver que pelo menos cinco funcionárias tavam de braços cruzados, enquanto outras três se matavam pra atender todo o povão. Disseram que elas trabalham na parte de exames, mas enquanto não tão fazendo nada podiam colocar elas pra fazer requisição, opina.