Itajaí

Novas áreas para maricultura definidas na Penha

Regularização vai botar na legalidade o pessoal que já trampa há anos nessas áreas. Promessa é que produtor terá acesso a crédito

Em visita à city peixeira, o ministério da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, fez o lançamento oficial do edital de concorrência que vai ceder áreas para cultivo de ostras e mariscos no litoral da Santa & Bela. A promessa do ministro é que os maricultores terão acesso a crédito, e que pelo menos 200 novas vagas de emprego serão geradas. Especialista na área diz que a medida não ajuda muito. Já um maricultor, que participou do auê em Itajaí, não acredita na abertura de novos postos de trampo.

Numa cerimônia cheia de otoridades, o ministro Marcelo Crivella anunciou a criação de nove parques para o cultivo de ostras e mexilhões, divididos em 64 lotes. A área, superior a 90 hectares, é ...

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Numa cerimônia cheia de otoridades, o ministro Marcelo Crivella anunciou a criação de nove parques para o cultivo de ostras e mexilhões, divididos em 64 lotes. A área, superior a 90 hectares, é capaz de produzir anualmente cerca de 8,5 mil toneladas de marisco. Toda essa região será doada a maricultores barrigas-verdes por meio de oferta-pública.

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Quem vencer a concorrência vai ter seis meses de prazo para apresentar o projeto de utilização das áreas e concluir o sistema de sinalização náutica.

Regularização

A produção nessas áreas já está rolando, mas de forma irregular. A medida vai botar o pessoal que trampa nesses locais dentro dos conformes. Dos nove parques da União que serão regularizados, três estão localizados no litoral norte do estado. Um em Bombinhas, com 12 áreas na praia de Zimbros, outro em Penha, que abrange dois hectares na praia de Armação, e um terceiro em Porto Belo, também com dois hectares.

As áreas anunciadas não vão, porém, ter um grande impacto na região, pois beneficiará apenas uma meia dúzia de gatos pingados. Essa é a opinião do professor Gilberto Manzoni, responsável técnico da associação Catarinense dos Aquicultores e coordenador de Maricultura da Univali. “Na verdade, a gente ainda vai ficar na dependência de mais licitações. Isso não resolve muito para nós”, explica o sabichão.

De acordo com o fessor, as 10 áreas de cultivo na praia Alegre, em Penha, considerada a segunda maior city produtora de marisco do estado, ainda estão irregulares. “Nós, da associação, estamos protocolando um ofício ao ministro para que ele acelere o processo de regularização das áreas que faltam ainda neste ano”, revela Manzoni.

Maricultor não acredita em geração de emprego

De acordo com o ministro Crivella, os maricultores que tiverem as áreas regularizadas serão beneficiados com acesso a crédito para produção do pescado e custeio de materiais. Além da expansão do mercado de trabalho, a estimativa do governo federal é que cerca de 200 empregos diretos e indiretos sejam gerados em todo o estado.

Mas para o maricultor Ademir Dário dos Santos, 58, que trampa há 17 anos no Ribeirão da Ilha, em Floripa, o anúncio do governo não vai mudar em quase nada a situação dos cultivadores de marisco.

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“Eles dizem que o pessoal vai ter acesso a crédito, mas a maioria dos maricultores que eu conheço não consegue nada no banco, mesmo com o documento nas mãos”, revela Ademir. Segundo ele, apesar das aparências, o governo não cria novas áreas de cultivo e nem gera novos empregos. “Como vai gerar emprego se essas áreas já são exploradas por trabalhadores há 20 anos?”, questiona.

O maricultor manezinho também alerta para a necessidade de sinalizar as áreas já licitadas, as quais, segundo ele, não foram demarcadas. “A gente teme pelo risco de contato com as embarcações. Os maricultores demarcaram essas áreas por conta própria”, disse, ao DIARINHO.

Atenção às cooperativas

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Presente à cerimônia de lançamento dos nove parques aquícolas, o presidente da associação Catarinense dos Aquicultores de Santa Catarina (Acaq), Antônio Mello, lembrou que o ministério precisa dar uma atenção especial às entidades ligadas ao setor na região, especialmente à cooperativa de Maricultores de Penha (Coopermate), desativada devido à concorrência desleal das salgas. “Nós pedimos esse olhar atencioso do ministério para o problema, que já se estende há algum tempo”, declara.

Segundo a Acaq, Santa Catarina tem mais de 800 áreas de cultivo de ostras e mariscos. Só o município de Penha abriga 68.

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