Itajaí

Bate-bola com o chefão da PM na Santa & Bela

A presença em Navega do chefão da PM da Santa & Bela também é simbólica. A city dengo-dengo está sendo apontada como a que tem o maior índice de homicídios no estado. Isso, sem falar no número de assaltos. Uma situação indigesta para quem comanda as forças de segurança. Num bate-bato ontem, pela manhã, com o jornalista Guilherme Busnardo, o chefão-mor dos fardados, não se furtou em tocar na ferida e admitiu o déficit de policiais

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"Infelizmente, essa é a verdade: nós não temos, ainda, o número suficiente de policiais pra dar conta de atender às demandas de todas as cidades."

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"Infelizmente, essa é a verdade: nós não temos, ainda, o número suficiente de policiais pra dar conta de atender às demandas de todas as cidades."

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DIARINHO - Qual seria o número ideal de policiais militares por habitantes?

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Coronel Nazareno - A resposta apropriada a essa pergunta é: não sei. A ONU estabeleceu que, para lugares conflitados, deveria ter um agente de segurança para cada 250 habitantes. Mas aquilo é para locais em conflito. Para lugares em estado democrático de direito instalado, isso não pode ser avaliado pelo número de pessoas. Tem que ser avaliado pelo IDH [Índice de Desenvolvimento Humano], pela malha viária, pela concentração populacional, pelos critérios sócio-econômicos daquela cidade. Não é o número que vai dizer quantos policiais vão ser necessários. É a circunstância e o cenário que nos permitem fazer uma avaliação. E nós estamos fazendo isso. Temos trabalhado uma lógica extremamente racional para fazer a distribuição, mas, infelizmente, é esta a verdade: nós não temos, ainda, o número suficiente de policiais pra dar conta de atender às demandas de todas as cidades.

DIARINHO - Qual é a proporção, hoje, de policias militares em Santa Catarina e na 3ª região?

Coronel Nazareno - Não trabalho com essa lógica de proporção. Ela é falsa, ilusória e não retrata a real necessidade. Nós temos um efetivo que é autorizado para incluir 16.040 homens, porém hoje temos 11.500. Então, temos claro de que cerca de 5000 homens precisam ser incluídos num futuro não muito distante. É o raciocínio que é possível fazer. Todas as vezes em que alguém chegar pra você e disser “é, mas nós temos um policial para cada 500 habitantes, um para 700”, você pode olhar pra ela e dizer “esse não entende nada de segurança, porque tá fazendo um raciocínio a partir de uma premissa cuja cientificidade é extremamente fracassada, não tem a menor aceitabilidade”.

DIARINHO - Mas faltam policiais na região de Navegantes?

Coronel Nazareno - Faltam policiais em Santa Catarina como um todo. Navegantes não é diferente do resto do estado.

DIARINHO - Aumentou o número, em Navegantes, de homicídios neste ano em relação ao ano passado. Para empresários e autoridades municipais ouvidos recentemente pelo DIARINHO, a falta de efetivo na região é um dos motivos desse aumento de crimes de morte. Qual sua opinião sobre isso?

Coronel Nazareno - A segurança pública é diretamente vinculada à presença dos PMs na rua. A presença física do policial militar, que é identificado pela farda, seu equipamento, é o que inspira esta sensação de segurança. No entanto, o que vem acontecendo no Brasil, em Santa catarina e, mais especificamente, em Navegantes, é um aumento discreto de homicídio, um aumento bastante discreto. Porque em Santa Catarina nós temos indicadores de Europa. A média do Brasil é 26 homicídios por 100 mil habitantes, e Santa Catarina é de 11, 11 e pouco, 12 [homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes). É muito abaixo, mas muito abaixo da média do Brasil. Por isso, nós somos o estado menos inseguro da federação. Somos o 27º Navegantes é um lugar que nós temos grande preocupação, no qual viemos trabalhando intensamente para melhorar. Os homicídios nesta cidade não se dão pelo pior viés que amedronta todo mundo, mas sim pelo viés do crime. Então, quem é que morre? Quando você analisa, percebe que o indivíduo assassinado tem várias passagens pela polícia. Muitas vezes, também tem indícios de já ter participado do tráfico de drogas, de consumo intenso de drogas. E são essas as pessoas que estão morrendo. Quem está matando? Igualmente, pessoas com essas características: alto envolvimento com o crime e com o tráfico, bem como com o consumo de drogas.Por mais que agente tenha trabalhado pra diminuir esse problema, existe um vínculo muito forte com essas características sociais.

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DIARINHO - Neste ano, dois policiais militares de Luís Alves, incluindo um sargento, foram acusados de contribuir com caixeiros. Em Itajaí, um soldado foi preso por furtar o celular de um empresário morto. Como o senhor tem enfrentado esses problemas na corporação? O que tem sido feito para coibir situações como essa?

Coronel Nazareno - Nós temos na PM um sistema de controle interno muito grande, uma corregedoria muito intensa. Esses casos são algumas amostras do nosso trabalho. Todos eles foram indiciados no inquérito policial. No caso de Luís Alves os acusados estão presos no quartel, e nós estamos com processo em andamento pra excluí-los. Esses casos, com pessoal da polícia envolvido, caracterizam o 0,0001% do efetivo da corporação. É uma parcela bem pequena de policiais com desvio de conduta. Mesmo pra esses 0,0001%, o rigor de tratamento é tão intenso quanto você é capaz de perceber. Além disso, todos os outros policiais estão sempre trabalhando com muita vontade e com muita devoção, porém sabendo que têm por detrás uma corregedoria, a qual está permanentemente acompanhando o trabalho deles.




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