Caminhões enfileirados com as caçambas vazias. Foi o que se viu no protesto dos representantes de empresas revendedoras de gás. Eles se reuniram ontem à tarde no posto Santa Rosa, em Itajaí, para berrar pela falta do produto no mercado. Desde o começo da semana, as empresas trampam com capacidade reduzida e não fazem a menor ideia do que está acontecendo. A Petrobras não justifica a escassez, apenas informa que já disponibilizou quantidades adicionais de gás e que estão programadas chegadas de navios com o produto, o que deve normalizar a situação.
Claudinei de Oliveira, representante da Rescaroli Gás, encabeçou o manifesto. Ele conta que o último abastecimento completo, com dois mil botijões de gás, foi feito na segunda-feira. Na terça e ...
Claudinei de Oliveira, representante da Rescaroli Gás, encabeçou o manifesto. Ele conta que o último abastecimento completo, com dois mil botijões de gás, foi feito na segunda-feira. Na terça e na quarta-feira ele não descarregou nenhum botijãozinho sequer. O produto é comprado na refinaria de Araucária (PR), mas eles não têm gás para encher os botijões e dar conta da demanda.
Hoje [ontem] eu consegui comprar uma carreta, mas não deu nem para o cheiro. A gente quer uma posição do que está acontecendo, pra poder se programar e dar uma satisfação para o cliente, comenta.
Junto com Claudinei, representantes da Liquigás, Copagaz e Nacional Gás Butano também se concentraram no posto, formando uma fila com 30 caminhões. Sem fazer muvuca, eles estavam lá pra tentar descobrir se alguém sabia o que estava acontecendo com o gás do país.
André Nardelli, da Liquigás, diz que, dos 600 botijões diários que carregava, tem ralado para conseguir nos últimos dias carregar 100. A gente liga pra todo mundo, manda ofício à Petrobras, mas não há retorno de nada. Isso é prejuízo pra gente. Daqui a pouco, o povo vai estar ferrado, analisa.
Já o representante da Copagaz, Antônio Arnaldo, conta que a empresa é pequena e carrega cerca de 200 botijões por semana. Como a quantidade é pouca, desde sábado o nome da firma foi retirado da lista do fornecedor.
Estamos sem trabalhar, pois não há nenhum botijãozinho. A gente só quer uma resposta, lamenta.
De acordo com o presidente do sindicato de Revendedores de Gás de Santa Catarina, Jorge Magalhães de Oliveira, a situação está sendo normalizada.
Ninguém precisa se desesperar, as donas de casa não vão ficar sem gás. Um navio com mais gás deve chegar, normalizando tudo, garante.
Ele conta que um atraso na importação do gás teria causado o transtorno. No entanto, Jorge não conseguiu uma posição oficial da Petrobras sobre a escassez.
O DIARINHO também não. Em resposta ao jornal mais lido do sul do mundo, a Petrobras informou apenas, por meio da assessoria de imprensa, que está regularizando o perrengue.
A Petrobras informa que disponibilizou quantidades adicionais de GLP para complementar o suprimento do mercado. A companhia informa que estão programadas chegadas de navios em Paranaguá, sendo o primeiro navio ainda para esta semana, de forma a regularizar as entregas às distribuidoras que operam, conforme procedimento usual da Petrobras, afirmou em nota.