Parecia mais um dia comum de trabalho para o caminhoneiro Mauro Lossi, 32 anos. Ele saiu de Laurentino, no Alto Valedo Itajaí, na quinta-feira bem cedinho e desceu a BR 470 em direção ao litoral na companhia de um ajudante, para entregar uma carga de cereal a distribuidor de Palhoça, na grande Floripa. Fez o trampo, parou pra entregar outra carga miúda em dois supermercados de Camboriú e finalmente, com aquela sensação de dever cumprido, estacionou no pátio do posto Irmãos da Estrada, no quilômetro 130 da BR-101, na região da Vargem do Ranchinho, em Balneário Camboriú. Mauro nem imaginava que, enquanto ele e o colega rangavam no restaurante Rossini, um trio fazia a limpa no dinheiro do patrão - R$ 18 mil -, que estava na cabine do caminhão. Toda a ação dos bandidos foi registrada pelas câmeras de segurança do posto.
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O caminhoneiro contou ao DIARINHO que, ao voltar do almoço, pelas 13h, entrou no bruto para pegar os pedidos de entrega e viu que a pochete estava aberta e vazia. Quase caiu pra trás do susto. Os ...
O caminhoneiro contou ao DIARINHO que, ao voltar do almoço, pelas 13h, entrou no bruto para pegar os pedidos de entrega e viu que a pochete estava aberta e vazia. Quase caiu pra trás do susto. Os R$ 4 mil em dinheiro e outros R$ 14 mil em cheques haviam sumido. Entrei pelo lado do motorista, só depois percebi que eles forçaram a porta do caroneiro, comentou.
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Desesperado com o sumiço da grana preta, Mauro ligou ao patrão, chamou a polícia e procurou a gerência do posto. Viu toda a ação dos bandidos filmada pelas câmeras de segurança e foi aí que levou o segundo cagaço. O seu caminhão era perseguido pela BR, e os bandidos encostaram no lado dele logo depois que estacionou o bruto no posto. Eram três homens que vieram em um Uno escuro.
Enquanto um larápio arregaçava a porta do bruto, outro ficou dando voltas nos fundos do posto. O terceiro, que tinha touca e boné, ficou vigiando o almoço dos trabalhadores pela janela do restaurante.
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Mauro afirmou que a única pessoa que sabia que ele estava carregando a quantia graúda era o distribuidor de Palhoça, que pagou 99% do valor. Os caras que me pagaram sabiam que eu tinha esse dinheiro, desconfia o caminhoneiro.
A cabreirice de Mauro é que acabe virando suspeito do caso. Ainda bem que tinham as câmeras, porque aí o meu patrão viu bem como foi, desabafou o motorista, que trampa há sete anos na mesma firma. O caminhoneiro revelou ainda está brochado e com vontade de desistir da lida de caminhoneiro. Se durante o dia acontece isso, imagina durante à noite, dormindo por aí, carcou, admitindo que anda com medo da estrada.
Para gerente, bandidos estavam ligados na grana
Para Anísio de Faveri, gerente do posto Irmãos da Estrada, não restam dúvidas de que os bandidos sabiam que Mauro carregava a grana no bruto. De tantos caminhões estacionados, foram escolher bem aquele, argumentou, para reforçar a desconfinça.
O gerente diz que este foi o terceiro furto que rolou este ano no pátio do Irmãos da Estrada. Isto, reclama, acaba pegando mal para o posto. Anísio calcula que uns 150 caminhões ficam a noite toda estacionados no pátio e que nem um terço deles gastam um pila sequer por lá. Até hoje, disse ainda, o posto só foi assaltado apenas uma vez, no carnaval de 2004.