Pra começo de conversa, ficamos sabendo que Atalaia é de origem árabe e significa torre de observação. Contam que há anos atrás, a praia era vigiada por um senhor chamado Atalaia, e assim, a praia recebeu o mesmo nome. É muita honra pro cara né?
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O surfista Juliano Secco, que é vice-presidente da associação de Surf Praias de Itajaí, ASPI, bateu um papo com a gente e foi muito bacana, respondendo às nossas dúvidas com atenção. Além de ganhar vários campeonatos, já viajou por inúmeros lugares do mundo por conta do surfe, já que pratica o esporte desde os 10 anos de idade.
Pra ele, a emoção de surfar é garantida pela sensação deliciosa de ficar deslizando nas ondas. Ele conta que o esporte é tipo uma religião, pois quando entra na água, esquece do mundo e curte o momento com tranquilidade.
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A emoção de surfar na Atalaia
Juliano nos contou que certa vez estava surfando, quando de repente viu uma baleia enorme; foi emocionante. Ele também já dividiu o mar com tartarugas, pinguins, botos e leões-marinhos, inclusive aqui na Praia da Atalaia. Mas a vida de surfista inclui perigos, por exemplo, o acidente que Juliano sofreu aos 15 anos de idade, quando a prancha bateu em seu rosto e ele teve que levar pontos da bochecha até a boca.
Esse surfista gente boa ainda falou sobre a importância do estudo e da preservação da natureza, para proporcionar momentos bacanas como o surfe. Para surfar não basta ser bom de manobra,tem que ter conhecimento geográfico e científico para saber sobre a ondas, conhecer tecnologia para adquirir bons equipamentos, explica Juliano.
Uma onda quase proibida
Juliano conta que nas antigas rolavam discussões entre os surfistas, pois todos queriam pegar as mesmas ondas. Alguns vindos de outras cidades não eram bem recebidos pelo povo da nossa terrinha. Muitos visitantes ficavam impossibilitados de voltar pra casa por conta das artimanhas (tipo pneus furados) dos conterrâneos. Então, o jeito era chegar de mansinho, devagar, conversando e conquistando os surfistas após entrar na água.
O surfista Rodrigo Gilberto Stein, conhecido como Cutello, também falou sobre seu desafio em adquirir confiança dos surfistas locais mais antigos e espaço na praia que tem uma das melhores ondas esquerdas do mundo. Ele nos conta que o posicionamento geográfico da praia proporciona uma onda de qualidade longa com sessão de tubos que permite duas ou três manobras.
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Ainda hoje existe um ciuminho dos surfistas daqui, mas não rolam mais sacanagens com o povo que vem pra cá desfrutar de nossas ondas, diz Rodrigo. E pra quem quer começar a surfar, o cara dá a dica: força de vontade e habilidade física!
Uma praia para amar, surfar e proteger
Mas será que a praia está preservada? O servidor público municipal, comunicador e bodyboarder da Atalaia, Moacir Kienast, nos falou que a Praia da Atalaia mantém suas características intactas praticamente desde sua descoberta, apesar da interferência do Porto, com a construção dos molhes.
O Parque da Atalaia veio somar neste cenário, que teve principalmente nos surfistas os grandes defensores do local. Desde a década de 70, os surfistas frequentam o que consideram uma das melhores ondas do Brasil e seu ecossistema. Além dos animais do parque, temos a presença das capivaras, botos e garças que habitam o mangue do Saco da Fazenda, completando o ecossistema da região.
Então, tá a fim de pegar um sol, curtindo o surf e a natureza da praia da Atalaia? Corre pra cá! E para completar o passeio, dá uma passada no Parque da Atalaia, que fica na rua Lila Heusi. Um local que já visitamos e amamos!
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