A segunda-feira era para ser de descanso para o funcionário público Julio Cesar Sarneski, 51 anos. Só que, ao invés de aproveitar o feriado para relaxar, ele só arrumou dor de cabeça. Julio tem um filho no 1º ano do ensino médio na escola Estadual Nilton Kucker, Vila Operária, em Itajaí. Para o ano que vem, ele gostaria de colocar o gurizão no colégio Victor Meirelles, que fica no centro peixeiro. Sexta-feira, ele juntou todos os documentos necessários e foi informado de que as matrículas começariam ontem. Quando chegou na escola, descobriu que as vagas de transferência vão começar a ser preenchidas apenas em fevereiro.
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Julio Cesar mora no bairro Itaipava e quer mudar o filho de escola para ter mais comodidade. Por conta do horário e do itinerário do busão, o adolescente chegava sempre atrasado no Nilton Kucker ...
Julio Cesar mora no bairro Itaipava e quer mudar o filho de escola para ter mais comodidade. Por conta do horário e do itinerário do busão, o adolescente chegava sempre atrasado no Nilton Kucker e muitas vezes foi até impedido de assistir às aulas. A solução encontrada foi mudar a rotina de toda a família, que passou a acordar uma hora antes para dar tempo de Julio levar o filho à escola e ainda chegar no trampo diboa.
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Sexta-feira, ele deu um chego no Victor Meirelles e pediu informações sobre a transferência. Só me deram um papel com a lista de documentos e falaram para eu chegar às 7h30, na segunda-feira, pelo portão dos fundos, lembra.
Em pleno feriado dos barnabés, Julio Cesar acordou cedinho e foi pra fila. Depois de alguns minutos de espera, começou a ouvir o bafafá de que as matrículas seriam feitas só para o 1º ano. Ele foi tirar a história a limpo e questionou as pessoas que estavam trampando lá. Elas simplesmente ignoraram o pessoal, não deram nenhuma informação, lembra Julio, que em seguida foi atrás da diretora para esclarecer a situação. Ela disse que vaga para o segundo ano é difícil conseguir, que talvez só em fevereiro abra. Só que mudaram de ideia de sexta pra sábado, foi um descaso total, e eu perdi meu tempo, debulha.
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Todo o mundo sabia, diz diretora
Fabiane Feminella Fachini, diretora do colégio Victor Meirelles, garante que desde sexta-feira todos os funcionários estavam sabendo que as matrículas só iriam rolar para os alunos do 1º ano. Segundo ela, primeiro é preciso esperar para saber quantas vagas vão abrir nos segundos e terceiros anos, de acordo com aprovações e reprovações de alunos, para depois abrir para novas matrículas. Não houve mudança. Ainda estamos em outubro, e não dá pra saber quantas vagas teremos no 2º ano, justifica a letrada.
A diretora lembra que o filho de Julio Cesar já tem vaga garantida no Nilton Kucker, portanto não vai ficar sem estudar na rede pública. Em fevereiro, de acordo com Fabiane, um novo processo de matrículas será aberto aos alunos que querem transferência de outras escolas.
Quanto à informação equivocada que foi fornecida a Julio Cesar, a diretora não soube dar explicações. Nem sei dizer quem deu essa informação, porque na secretaria todo o mundo sabia que ainda não abriu vaga para o segundo ano, diz. Além do caso do funcionário público, conta, apenas uma senhora teria reclamado do mal entendido. Julio Cesar, por outro lado, diz que conversou com o pessoal na fila e ouviu pelo menos três pais que passaram pela mesma situação. Apesar de tudo, em fevereiro ele vai tentar mais uma vez transferir o filho para o colégio.