Contando os prejuízos. Foi assim que começou o dia de trabalho dos funcionários da associação Náutica de Itajaí (ANI) na manhã de ontem. A sede da associação, na avenida ministro Victor Konder, a Beira Rio, foi arrombada durante a madrugada. Entre os objetos furtados, estão um televisor LCD 42 polegadas, um notebook, um DVD e mais três óculos de Sol. Esta foi a segunda vez que a associação é furtada desde que o porto deixou de bancar um vigia noturno para o local. Desde agosto, a associação pede a volta do guardinha.
Os trecos furtados estavam todos guardados dentro da sala pedagógica da sede. O coordenador técnico da ANI, Wilson José da Silva, ainda não conseguiu calcular o prejuízo, mas garante que tudo foi ...
Os trecos furtados estavam todos guardados dentro da sala pedagógica da sede. O coordenador técnico da ANI, Wilson José da Silva, ainda não conseguiu calcular o prejuízo, mas garante que tudo foi furtado vai fazer falta no dia a dia da associação. Eles levaram coisas importantes pra associação, lascou. O televisor e o DVD eram usados pelos professores da ANI para a exibição de filmes e vídeos nos dias de chuva ou em dias em que não é possível navegar. Já o notebook auxiliava o professor durante as aulas, enquanto os óculos de sol eram emprestados aos alunos durante as aulas práticas.
Wilson acredita que, para entrar na sala, os bandidos usaram um pé de cabra e uma tesoura de jardinagem, encontrada próxima à porta. Para ele, os arrombamentos foram cometidos por mendigos e usuários de drogas que costumam frequentar o deque da sede durante a noite e ocupam a guarita onde, até agosto, ficava o segurança. As suspeitas foram repassadas à polícia Militar, acionada às 8h30 por Wilson. Um boletim de ocorrência também foi registrado na polícia Civil.
Guarita do segurança virou mocó
Desde agosto, a sede da associação está sem segurança. Os serviços prestados por um vigia, de uma empresa terceirizada, foram suspensos pela administração do porto. A associação não consegue manter sozinha os gastos com segurança particular. Sem o vigia, os funcionários da ANI se sentem inseguros, ao ir à sede da associação durante a noite e pedem ajuda. A gente queria fazer um apelo pra prefeitura e pro porto: que hoja novamente a guarda, até porque a ANI presta um serviço relevante pra sociedade, clamou Wilson.
Na sede da associação, até mesmo a guarita, que era usada pelo segurança, virou mocó dos desocupados. Suja, com maços e xepas de cigarro, latinhas e restos de comida espalhados dentro dela, a guarita é abrigo de mendigos e drogados.
11 anos de história
A associação Náutica de Itajaí foi criada em fevereiro de 2002 e hoje atende gratuitamente cerca de 300 alunos da rede municipal de ensino. A grana para manutenção, aquisição de barcos e outros materiais vem do convênio com a prefa e também do apoio de empresários. Esta foi a segunda vez que a ANI foi arrombada. O primeiro furto ocorreu em setembro, quando o guardinha já não estava mais na ANI, e os malacos levaram até um barco.
Porto teve que tirar guardinha
Em um acordo firmado na época da Volvo Ocean Race, no ano passado, o porto de Itajaí, responsável pela bacia Afonso Wippel, em que está instalada a ANI, disponibilizou um guarda de uma empresa contratada para fazer a segurança do local. Entretanto, o diretor administrativo do porto, Alexandre Santos, explica que o porto está impedido judicialmente de contratar segurança terceirizada, pois possui a própria guarda portuária. Por conta disso, a administração teve que rescindir o contrato com a empresa e tirar o guardinha de lá. Agora, a única segurança que o porto pode oferecer à ANI são duas rondas por noite, feitas por guardas concursados.
A secretária de Segurança do Cidadão, Susi Bellini, pode ter a luz no fim do túnel para a ANI. Ela cogitou a possibilidade de incluir a associação na lista de beneficiados de uma nova licitação para a contratação de vigilantes e equipamentos de segurança, caso não haja um impedimento jurídico. Como a prefa já possui um convênio que, segundo Susi, destina cerca de R$ 300 mil por ano para a associação, ela não soube dizer se incluir a ANI como beneficiada em uma licitação seria possível. Mas se comprometeu a verificar com o jurídico.