De acordo com um obstetra ouvido pelo DIARINHO, a síndrome é realmente rara, mas altamente perigosa. Início súbito, evolução extremamente rápida e de mortalidade elevada, explica. Segundo o dotô, muitas vezes o problema é confundido com o chamado fígado gorduroso e está vinculado à pré-eclâmpsia, que é a pressão alta na gravidez. De acordo com o médico, não há o que fazer para evitar a doença. Mas dá pra evitar pressão alta com exercícios e alimentação saudável, diz o obstetra.
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Ainda muito abalada, a irmã da advogada, Suzana Carla Russi, 47, conta que Sibeli começou a se sentir mal no sábado à noite, um dia antes do chá de bebê. Ela sentia dores na lateral da barriga, no pescoço e no peito. No domingo, ao meio dia, ela levou a mana à maternidade Santa Luiza, na Maravilha do Atlântico, para ser examinada.
Lá, conta Suzana, a mãezinha foi examinada, recebeu medicação e foi embora, sem dores, para participar do chá de bebê. Dois dias depois, ela procurou Suzana novamente, sentindo as mesmas dores. Ela chegou no ateliê onde eu trabalho com dores, suando muito e dizendo que aquilo não era normal. Fomos à maternidade novamente, diz.
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O médico plantonista da maternidade Santa Luiza constatou que a pressão da paciente estava normal, a medicou, mas as dores não passavam. Nisso, trocou o plantão e a outra médica viu que o batimento do bebê estava fraco, me chamou e pediu se a minha irmã poderia ficar internada porque ela suspeitava de fígado gorduroso, mas precisava fazer exames pra ter certeza, explica.
Uma hora depois, a médica ligou para Suzana e pediu que algum familiar fosse até o hospital, porque Sibeli passaria por uma cesariana de emergência naquela madrugada a fim de retirar o bebê às pressas. Todos os exames deram alterados, conta.
Suzana entrou com a irmã na sala de cirurgia e ouviu o primeiro pedido. Ela me fez prometer que se alguma coisa acontecesse, nós cuidaríamos das filhas dela, porque o marido dela é de Cruz Alta (RS), e ela queria que as meninas fossem criadas aqui, junto da nossa família, lembra Suzana, emocionada.
Segundo ela, a cirurgia foi tensa. Sibeli teve uma hemorragia e perdeu quatro litros de sangue. O útero não voltava ao normal, e os médicos tiveram que tirá-lo pra tentar estancar a hemorragia, explica. Como o sangramento não parava, os dotores colocaram compressas na barriga da paciente, que foi transferida para a unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital do Coração.
A menina nasceu saudável e permanece internada na maternidade. Ela já recebeu alta, mas estamos no enterro e não tem clima pra trazê-la. Os médicos disseram que ela pode ficar lá, enquanto resolvemos tudo, que eles vão fazer bastante carinho na bebê. A gente traz ela pra casa amanhã (hoje), conta Suzana, em lágrimas.
No hospital do Coração, Sibeli melhorou aos poucos e permaneceu consciente o tempo todo. Passou pela segunda cirurgia para retirar as compressas com sucesso, mas no domingo teve um acidente vascular cerebral (AVC), e os médicos já avisaram a família que dificilmente ela sobreviveria e, caso voltasse, iria vegetar. Com a morte cerebral confirmada, a família autorizou a doação de órgãos, que irão beneficiar oito pessoas que aguardam na fila de espera de transplante. Sibeli foi enterrada ontem à tarde no cemitério da Fazenda, em Itajaí. Além do bebê recém-nascido, ela deixou uma menina de 4 anos.
Família vai cuidar das filhas
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Assim como pediu à irmã durante a cesárea, Sibeli fez a mesma solicitação à família três dias antes de morrer, no quarto de UTI. Ela fez a família e o marido prometerem que, caso morresse, as filhas do casal ficariam com a família dela, em Itajaí. Ele viaja muito. Fez a promessa e sei que vai cumprir. As meninas serão criadas pela nossa mãe, e nós vamos dar todo o apoio. Somos muito unidos, conta Suzana.
O marido de Sibeli é o músico João Maciel dos Santos, 34, baterista da banda gaudéria João Luiz Corrêa e grupo Campeirismo. No saite da banda, Joãozinho, como é conhecido, diz que seu hobby é curtir a família que Deus lhe proporcionou.