Uma leitora do jornal mais lido do sul do mundo garante: a internet social, projeto criado pra levar net digrátis a pessoas de baixa renda pela prefeitura de Itajaí, só tem conseguido socializar o sinal ruim. A reportagem percorreu três bairros da city onde o serviço é oferecido, e ficou dicara ao saber que muitos moradores sequer sabem do benefício.
O dançarino Thiago Farias de Andrade, 22 anos, mora no bairro Dom Bosco. O celular dele não tem acesso à internet, por isso só navega na web em casa. Até trocar uma ideia com a reportagem, o carinha ...
O dançarino Thiago Farias de Andrade, 22 anos, mora no bairro Dom Bosco. O celular dele não tem acesso à internet, por isso só navega na web em casa. Até trocar uma ideia com a reportagem, o carinha não fazia ideia de que poderia se cadastrar no saite da prefa e fuçar o facebook na faixa.
A corretora Andrea Bittencourt, 44, trampa em frente a um dos pontos de acesso: a policlínica do bairro Fazenda. Mesmo assim, também não sabia que poderia utilizar a net 0800. Mexendo no Ipad e no celular, ela não consegue nem visualizar a rede, mesmo tão perto do postinho.
A enfermeira Débora Colares, 47, trabalha dentro do postinho do parque Dom Bosco. Mesmo lá dentro, nunca soube como utilizar a internet grátis. Foi a dentista dela que contou que era preciso fazer um cadastro antes de começar a usar. Mesmo com várias tentativas no computador de casa, a enfermeira não conseguiu concluir o processo.
O coordenador do centro de Tecnologia da Informação e Modernização Administrativa (Ctima) de Itajaí, Mauri Manoel Cabral, explica que o objetivo da internet social é oferecer acesso à rede nas casas da city. É dirigida pras pessoas que não conseguem pagar banda larga. Não foi concebida pra dispositivos móveis, faz questão de dizer. E para ter acesso à rede, segundo ele, além do cadastro, é preciso também que os usuários comprem uma antena com as especificações contidas no site do município e que contratem um técnico de sua confiança para que a instalação seja feita corretamente.
Abobrão reconhece que divulgação é chinéli
Lançada em junho do ano passado, a internet social, conforme Mauri, já tem mais de mil cadastrados. O coordenador admite que a divulgação é fraca e culpa a falta de grana para investir em publicidade. Segundo ele, folderes com o passo a passo de como usar a net free foram distribuídos na comunidade. Nenhum dos entrevistados pelo DIARINHO, entretanto, teve acesso a esse material.
A internet social, de acordo com Mauri, não é Wi-Fi, apesar de o site da prefa mostrar o contrário. É uma internet ponto a ponto, via rádio. Com a antena, a pessoa consegue captar o sinal até três quilômetros distante do ponto de acesso. A velocidade da banda larga, afirma, é de 512 KB. Isto porque, por ser oferecida gratuitamente, não pode concorrer com os pacotes comercializados pelo setor privado.
Ao todo, são 48 pontos espalhados pela city, conforme consta no site. Destes, 10 aparecem como inativos. Segundo Mauri, existem pontos de sombra, quando prédios altos impedem a expansão do sinal da rede. O coordenador lembra que a internet pode não funcionar também por problemas no cadastro. Cerca de 5% dos cadastros são indeferidos por erro de endereço ou outras inconsistências nas informações fornecidas pelos interessados. Cadastros de pessoas com menos de 18 anos também não são validados. É preciso ser dimaior para ter acesso ao serviço.
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