Faz cinco dias que a família da zeladora Marlene Goulart, 38 anos, está apreensiva por causa do menino Pietro Pereira, de apenas cinco aninhos. O anjinho tem anemia falciforme (doença hereditária que causa má formação dos glóbulos vermelhos) e desde sexta-feira está internado do hospital Pequeno Anjo, em Itajaí, onde passa por um tratamento. Bastante preocupados, os parentes querem visitar o garotinho e dar apoio aos pais. Mas uma simples visita ao quarto do menino acabou se transformando em pesadelo nesta semana. Tudo porque a direção do hospital não permite mais de uma visita por dia.
Marlene conta que esta semana tirou uma folguinha, pegou o ferribote, de Navega pra Itajaí, só pra ver como o sobrinho estava. A muié entrou no quarto, ficou um tempinho e logo soube que a irmã ...
Marlene conta que esta semana tirou uma folguinha, pegou o ferribote, de Navega pra Itajaí, só pra ver como o sobrinho estava. A muié entrou no quarto, ficou um tempinho e logo soube que a irmã também tirou o dia pra visitar o pequerrucho. Mas o pessoal da recepção não deixou dona Julia Goulart, 52, entrar. A mulher mora em Penha e veio à city peixeira só pra ver o garoto. Ela veio de ônibus, gastou o que não tinha e ainda não pôde ver o neto. Isso é um absurdo, reclama Marlene. Mesmo depois de explicar toda a situação, bater boca com a atendente, xingar Deus e o mundo, não deixaram a coitada visitar o anjinho.
Se soubesse que ela ia visitar ele no mesmo dia, eu não teria ido. Mas se fosse eu, teria pulado a roleta e entrado. Disseram que eram normas do hospital para não contaminar a criança. Mas eu falei que eles são [pessoal do hospital] uma bactéria humana. Sou bocuda mesmo, carca.
Segundo a direção do Pequeno Anjo, a visita das 14h30 às 15h é para o povão que não tem plano de saúde e está lá pelo sistema Único de Saúde (SUS). Neste caso, só um por vez. Mas se o paciente tiver plano, são outros quinhentos: a visita rola das 8h às 17h50 e entram até duas pessoas.
O hospital Pequeno Anjo continua restringindo o atendimento no pronto-socorro. Desde outubro, a direção da entidade anunciou que apenas pacientes encaminhados pelo Samu, bombeiros, Autopista Litoral Sul ou por médicos serão aceitos. Isso rola porque a unidade está sem médico pediatra plantonista para atender os casos de urgência e emergência.
O hospital está contratando médicos que queiram trabalhar na unidade. O faz-me-rir vai de R$ 90,66 a R$ 142 por hora. Interessados podem enviar currículo pelo e-mail silvanarh@univali.br ou entrar em contato pelo fone (47) 3249-5341, com o setor de RH do Pequeno Anjo.