Nem 24 horas depois de a adolescente Yasmin Alvarenga Franco Naves, 17 anos, ter sido assassinada, um homem quase foi pra fita exatamente no mesmo local onde a garota foi executada, a rua Imbuia, no bairro Tabuleiro, Camboriú. No entardecer de quinta-feira, Paulo César da Rosa, 41, levou uma facada no pescoço e teve que ser levado às pressas ao hospital municipal Ruth Cardoso.

Ainda não se sabe direito os detalhes do crime. Mesmo já fora de perigo e com alta, Paulo César não quis contar aos homidalei como aconteceu a tentativa de assassinato que sofreu. Nem o nome dos suspeitos ele revelou. Os dois crimes rolaram perto de um terreno baldio que está virado numa cracolândia, reclamam os moradores. A rua é tão zicada que, além do homicídio e da tentativa de assassinato, na quarta-feira (20) de manhã o mendigo Ricardo Conceição, 36, conhecido por Nego Ota, foi encontrado morto por lá.

Crime tem a ver com drogas, acredita PM

Para o capitão PM Pablo Neri Pereira, a tentativa de homicídio contra Paulo César tem tudo para estar ligada ao uso de drogas. O oficial confirma que a rua Imbuia é um problemão, porque tem juntado andarilhos e usuários de drogas.

Mesmo assim, faz questão de dizer o capitão, o número de assassinatos já foi reduzido pela metade na Capital da Pedra, se comparado com o ano passado. Ainda segundo o oficial, a motivação dos assassinatos também tem mudado. “Ano passado, quase todos os homicídios tinham relação com o tráfico de drogas. Neste ano é diferente, pois os crimes não se concentram apenas no Monte Alegre e têm outras características, como crime passional, por exemplo”, observa.

Assistência Social e PM estão listando os moradores de rua

Para combater os crimes de morte ligados ao tráfico de drogas, a PM começou um levantamento sobre quem são os usuários que vivem no distrito de Monte Alegre, que encampa os bairros Monte Alegre e Tabuleiro mais o loteamento Conde Vila Verde. “O trabalho é feito em parceria com a prefeitura, através do programa Camboriú mais Segura”, informa o capitão PM Pablo Neri Pereira.

John Lenon Teodoro, secretário de assistência Social da prefa de Camboriú, afirma que várias ações já foram feitas na rua Imbuia por conta do grande número de moradores de rua e usuários de crack que pintam por lá. As chamadas ‘abordagens sociais’ feitas pelos barnabés da secretaria já encaminharam 16 moradores de rua para as suas cidades de origem ou para centros de tratamento este ano.

O abobrão garante que vai agilizar a limpeza do lote preferido dos viciados que curtem um cachimbo do demo. “Por ser terreno particular, a prefeitura não pode realizar limpeza, mas vamos contatar o proprietário pra fechar o terreno, evitando esse problema”, diz, referindo-se ao local na rua Imbuia.

O povão também pode participar no trampo de ajuda aos moradores de rua. Basta ligar para o telefone da secretaria de Assistência Social, que é o 3365-3339, ou no plantão da pasta, que é 9246-3131, e dizer onde algum morador de rua anda pousando.

Garota morreu por dever a um traficante

Aos 17 anos, a bela Yasmin Alvarenga Franco Naves foi assassinada com três tiros, também na rua Imbuia. O crime aconteceu em frente a um terreno usado por viciados em crack. Um amigo de vício da garota disse ao DIARINHO que ela pegou uma encomenda de pedras do demo com um traficante e não pagou pela mercadoria. A dívida que acabou com a vida da garota era de R$ 100. A polícia confirma que essa é uma das suspeitas para o crime. Yasmin tinha um filho.