Liberal recém convertido ao socialismo, após cair fora do PSD em julho deste ano, Paulinho pediu uma licença para o governador Raimundo Colombo (PSD) no final do mês de outubro pra que pudesse assumir a sua cadeira como deputado federal por algumas semanas, cargo que amanhã ele entrega novamente para a sua suplente Carmen Zanotto (PPS), de Lages.
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Durante o período de afastamento, quem ficou responsável pela pasta foi a secretária-adjunta Lúcia Gomes Vieira Dellagnelo [que ontem tava viajando, mas a própria assessoria não soube responder qual era a agenda dela].
Paulinho confirma o seu retorno na segunda-feira para o cargo de abobrão e diz que a sua licença rolou para dar um reforço nos interesses do governo catarinense no Congresso. Vim aqui pra acompanhar o orçamento das emendas coletivas pra Santa Catarina e, dentro deste contexto, temos a implementação dos nossos centros de inovação que irão se viabilizar com os recursos dessas emendas parlamentares, explica o abobrão-deputado.
O parlamentar afirma que sua saída não atrapalha em nada o andamento dos trabalhos da secretaria de Desenvolvimento, porque a equipe dá conta do recado. A secretária Lúcia é extremamente competente, por isso o governador me dispensou para que eu pudesse acompanhar esses recursos em Brasília, sisplica Paulinho, que em nenhum momento noticiou o seu afastamento. Inclusive nas redes sociais ainda continuou divulgando o seu nome como secretário de estado, em frequentes compromissos com o governador Raimundo Colombo.
O cientista político Eduardo Guerini, que é professor da Univali, acha que o povão não pode aceitar esses troca-trocas que, de certa forma, são considerados normais no meio político. Para ele, essas brincadeiras são apenas negociações de cargos, pensando na formação de uma base de apoio eleitoral. É uma prática condenável do ponto de vista da democracia representativa. O povo o elegeu pra um determinado tipo de atuação. Depois começam essas negociações de cargos, que são moeda de troca de favores políticos, o que é bastante condenável, carca o sabichão.
Guerini salienta que isso acontece muito entre o legislativo e o executivo, principalmente às vésperas do período eleitoral. Estamos próximos das eleições, e essa classe política está em campanha antecipada, fazendo os arranjos que fazem parte de um mecanismo de busca de apoio. O que mais me chama atenção é que esse tipo de postura costuma se naturalizar, carca o fessor.