O DIARINHO apurou que no listão dos que ficam em cana estão: Rogério Vargas Elisbão, engenheiro e proprietário da Conceb; Rodrigo Hartmann Dobner, diretor da empreiteira Helpcon; o engenheiro Niênio Gontijo, presidente da companhia Municipal de Desenvolvimento e Urbanização de Balneário Camboriú (Compur); o tijucano Lauro Stefani, proprietário da PLM Construções e Comércio; Rui Jan Dobner, diretor da divisão de Gestão de Materiais e Serviço; e o engenheiro Renan Diego Gontijo, representante de uma empresa privada e filho de Niênio.
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Até então, apenas três dos acusados tavam presos preventivamente por envolvimento em fraudes na prefeitura da Maravilha do Atlântico: Elton Garcia, secretário de Obras; Fábio Ramos, o Gago, diretor do departamento de Drenagem da secretaria de Obras; e José Magalhães Filho, o Zequinha, coordenador de tráfego da prefa da Maravilha do Atlântico.
Com a decisão judicial que converteu parte das prisões de temporárias pra preventivas e com as cinco liberações já feitas, restam ainda nove presos na operação Trato Feito. Todos os que continuam engaiolados no presídio da Canhanduba cumprem prisão preventiva, que é caneteada quando há fortes indícios de que os suspeitos teriam cometido mesmo o crime pelo qual são acusados.
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Apesar das tentativas entre o final da tarde e o comecinho da noite de ontem, o DIARINHO não conseguiu contato com os advogados dos acusados que continuam em cana.
Cinco já foram soltos
Até a noite de sexta-feira, a Justiça havia liberado cinco dos 14 acusados de envolvimento na mega operação montada pelo grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). O último foi o engenheiro Hilário Phillips, proprietário da empresa Sifra, vencedora da licitação pra construir casas na Barra e no bairro das Nações. Ele ganhou a liberdade ontem.
A quarta liberação foi a do diretor técnico da Compur, Giovane da Silva Constante, solto no final da tarde de quinta-feira.
Os primeiros dois soltos foram a digitadora e presidente da comissão de Licitações da prefeitura de Balneário Camboriú, Alessandra da Silva Ribeiro Alvares dos Santos, e o engenheiro Marcelo Monte Carlo Fonseca, da empresa Sotepa, que fez o projeto da passarela entre a avenida do Estado e a Quarta avenida. Os dois estavam presos temporariamente e ganharam a liberdade terça-feira.
Um dia depois, foi a vez de o secretário de Administração, João Batista Leal, sair da cadeia. Ele também estava preso temporariamente.
Entenda a Trato Feito
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Batizada em uma alusão irônica aos suspostos acertos envolvendo os representantes de empresas privadas e gente da prefeitura de Balneário Camboriú pra fazer cambalachos, a operação Trato Feito, tocada por agentes do Gaeco, estourou no comecinho da manhã de segunda-feira.
O alvo da operação são possíveis xunxos em licitações, como direcionamento de vencedores, superfaturamento de obras e aditivos suspeitos. Ao todo, foram em cana 14 pessoas. Além das prisões, a dona justa ainda mandou afastar o empresário Auri Pavoni do cargo de secretário de Planejamento da prefa da praia mais desejada do sul do mundo.
Cinco já pediram pra sair
Entre terça e sexta-feira, cinco dos 14 acusados presos pelos agentes do Gaeco entraram com pedido de relaxamento da prisão. Destes, apenas o pedido do abobrão de Obras foi analisado pelo juiz e foi negado.
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O primeiro pedincho foi o do engenheiro Hilário Phillips, proprietário da empresa Sifra, vencedora da licitação pra construção de casas na Barra e no bairro das Nações. Ainda na terça-feira, os representantes do engenheiro Niênio Gontijo, presidente da companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Balneário Camboriú (Compur), entraram com pedido de conversão da prisão temporária em prisão-albergue domiciliar [quando o preso passa a dormir em casa].
Quarta-feira, foi a vez do empresário tijucano Lauro Stefani, proprietário da PLM Construções e Comércio, pedir pra ser libertado. A firma dele foi contratada sem licitação pra fazer obras de pavimentação em Balneário Camboriú. Pelo processo, ele é acusado de oferecer propina.
O último a pedir arrego foi o diretor técnico da Compur, Giovani da Silva Constante. Os advogados de defesa do bagrão pediram a revogação da prisão temporária do cara quinta-feira.
Justiça nega soltura de Elton Garcia
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Apontado como um dos mentores no esquema de corrupção investigado pela operação Trato Feito, o secretário de Obras de Balneário Camboriú, Elton Garcia, que é vereador licenciado pelo PMDB, teve ontem uma grande decepção. A dona justa negou o pedido de revogação da prisão preventiva do abobrão. O advogado Gelson José Rodrigues, que defende Elton no processo, informou que vai entrar agora com um pedido de habeas corpus pra livrar o cliente da cana.
A decisão judicial dando o nananinanão pra soltura do agora ex-secretário de Obras da prefa da Maravilha do Atlântico saiu ontem à tarde. O canetaço foi dado pela juíza Mônica Bonelli Paulo Prazeres.
O advogado de defesa do secretário de Obras sustenta que as acusações contra o cliente não provam que ele tenha participado de esquemas fraudulentos de licitações. As causas que nós encontramos no processo não têm qualquer embasamento, carcou o dotô Gelson, que preferiu não comentar detalhes sobre as acusações contra o cliente. Eu ainda não li o processo todo, justificou.
O pedido de revogação da prisão preventiva se baseou no fato de o secretário ter família, residência fixa, trampo e, portanto, nenhuma intenção de fugir. Provamos que não havia motivos para temer que ele fosse liberado, argumenta o advogado.
O depoimento do secretário Elton Garcia na sede do Gaeco tá marcado pra segunda-feira. Pro advogado dele, apesar da má notícia de ontem, é possível reverter a prisão até segunda-feira. Sempre temos essa esperança, concluiu o doutor Gelson.