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Misérias da política


Um desejo: a Política é a arena especial para o trato dos conflitos e diferenças entre pessoas e suas opiniões, ainda que nos reserve um tanto de misérias e desequilíbrios. Há de se crer que na Política residem esperanças de transformações, mudanças, metamorfoses, inversões, mutações... um rito filosófico. Como qualquer sistema, aqui também estão reservados desconfortos, desencantos, desesperanças, desilusões, decepções, desapontamentos. Nos pratos dessa balança pesam o passado recente, o cotidiano e a esperança.

Invejamos os estados nos quais espelham líderes equilibrados, congressistas respeitosos e interessados nos representados, juízes encarcerados em suas atividades institucionais-legais sem ser destaque em qualquer ambiente. Essa inveja ambiciosa reproduz, na casa de espelhos, nossa frustração e desalento. O desejo como revelação de ausência a ser perseguida.

O equilíbrio do sistema político e da estruturação do estado conduz os comportamentos sociais, ético-morais, políticos. Por isso a Constituição de um país é fundamental para que a estrutura óssea desse corpo seja firme. A força estruturante da armação conduz seus órgãos a funcionarem e cumprirem suas funções especializadas com disciplina e precisão. Quando o corpo possui estruturas débeis ou quando a Constituição revela fraturas expostas, não há como se requerer funcionalidade adequada do corpo e suas funções.

Em caso conhecido, podemos imaginar um país cuja Constituição, osso por osso, foi nascida com amarras parlamentaristas e prosperou em corpo presidencialista. Com esqueleto frágil, o corpo ...

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Invejamos os estados nos quais espelham líderes equilibrados, congressistas respeitosos e interessados nos representados, juízes encarcerados em suas atividades institucionais-legais sem ser destaque em qualquer ambiente. Essa inveja ambiciosa reproduz, na casa de espelhos, nossa frustração e desalento. O desejo como revelação de ausência a ser perseguida.

O equilíbrio do sistema político e da estruturação do estado conduz os comportamentos sociais, ético-morais, políticos. Por isso a Constituição de um país é fundamental para que a estrutura óssea desse corpo seja firme. A força estruturante da armação conduz seus órgãos a funcionarem e cumprirem suas funções especializadas com disciplina e precisão. Quando o corpo possui estruturas débeis ou quando a Constituição revela fraturas expostas, não há como se requerer funcionalidade adequada do corpo e suas funções.

Em caso conhecido, podemos imaginar um país cuja Constituição, osso por osso, foi nascida com amarras parlamentaristas e prosperou em corpo presidencialista. Com esqueleto frágil, o corpo mostra dificuldades em se manter. Mesmo com muitas cirurgias e emendas, é difícil encontrar equilíbrio entre estrutura do corpo e dinâmica dos movimentos. Depois de infinitas emendas, a Constituição brasileira virou pano sem destino prescrito. O judiciário produz legislação e embola a Política, enquanto o Legislativo se dilui em orçamento do executivo [emendas parlamentares, fundos partidário e eleitoral, benefícios-privilégios...] e o Executivo, fragilizado, sobrevive pelos tropeços das adversidades dos adversários nos confrontos regulares.

Não é o acerto que conduz a avaliação da plateia, mas os erros de adversários que formam substratos para a “grandeza”. Esquecem-se que vencer eleições não significa ganhar a Política. Os expectadores, assistentes distantes interessados em dramas e tragédias, tentam se localizar no cenário como juiz dos atores políticos. A Política, o corpo de Estado e os movimentos dos protagonistas e figurantes, lhes são cenários de derrocadas. Como não são considerados e nem se consideram cidadãos, vivem longe dos centros de decisão, e como torcidas de times de futebol, assombram sua própria condição política: aplaudem comandantes e esquecem princípios – vivem mais do evento situacional do que de democracia.

Ao se sentirem desprotegidos pela Política, desprezam os princípios de Democracia, desrespeitam os interesses republicanos, não reconhecem o espírito da cidadania. Na grandeza de uma eleição, se tempera a miséria de ser eleitor. São comensais famintos que sentem o sabor pelo cheiro, sem jamais participar da degustação. A Política, logo após as eleições, se protege dos eleitores com redoma de alta blindagem. É preciso corrigir a estrutura do corpo e ajustar os movimentos do sistema. O eleitor se faz e é feito miserável. Falta-lhe se alimentar de cidadania.


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