Seu filho passa o ano todo estudando, não vê a hora de tirar férias e, quando finalmente as benditas chegam, é só alegria. Pra ele, é claro. Pra muitos pais, como o arquiteto Valdinei Fernandes, 38 anos, é hora de dar um jeito legal de ocupar o filho, de oito anos. Ele buscou no saite da fundação Municipal de Esportes (FME) de Balneário Camboriú atividades pro filho se distrair enquanto ele trampa.
Lá encontrou uma tabela com diversas modalidades esportivas oferecidas pela prefa, como atletismo, basquete, caratê, ciclismo, taekwondo e xadrez. Porém, quando foi ao ginásio matricular o filhote ...
Lá encontrou uma tabela com diversas modalidades esportivas oferecidas pela prefa, como atletismo, basquete, caratê, ciclismo, taekwondo e xadrez. Porém, quando foi ao ginásio matricular o filhote, ficou sabendo que as aulas tinham sido suspensas. A fundação disse que os professores foram todos dispensados. Não tenho alternativa, não tenho onde deixar meu filho, desabafa Valdinei.
De acordo com o superintendente da FME, Sandro Bernardoni, o órgão tem um quadro funcional temporário e, por lei, os professores precisam descansar. As atividades, explica, voltam ao normal no final de fevereiro, quando os profes são recontratados. Dia 20 de dezembro são encerradas as atividades, e elas retornam somente final de fevereiro, diz.
O abobrão diz que como o espaço do recesso é muito curto, não há motivos pra contratar profissionais. Nesta época, a maioria das escolas estão de férias, muitas pessoas viajam, com isso não há por que contratar. Nesse tempo, a FME aproveita pra reordenar as estruturas dos ginásios.
Mesmo sem o que fazer nos ginásios e arenas, o abobrão avisa que a criançada pode aproveitar as atividades que rolam na praia. Tem vôlei, handebol, futebol e basquete. O basquete é em frente ao prédio Maxim; o handebol, na praça da Mão. O vôlei é na 2400 ou na 1400; não está definido ainda. E o futebol acontece nas ruas 2400 e 3300; são duas faixas de idade. Quem quiser participar, só precisa ir até o local, sempre a partir das 19h.
Fundação não é creche, carca profe da Univali
O professor de direito da Univali, José Everton Silva, acha que falta planejamento familiar. Se não tem tempo, não põe filho no mundo, carca. Para ele, os professores, como todo mundo, precisam de férias, portanto a culpa não é da FME. Ela existe pra fazer e identificar atletas, e não pra ser uma creche de criança em férias.
Everton acredita que há falta de organização da sociedade e que é preciso discutir o perrengue no início do ano letivo, e não em cima da hora. Não venha querer em dezembro resolver a situação, porque não tem o que fazer, completa.