Valdir Lolli, presidente do sindicato dos barnabés, diz que tentou dar um plá com Periquito durante toda a semana pra tentar negociar o aumentinho, mas o alcaide siscapou, alegando que tinha outros compromissos. Os servidores querem retomar as negociações em fevereiro do ano que vem, pois a reivindicação da categoria é a reposição de 6,16% referente a 13 meses, tendo como data base o mês de janeiro, e mais o ganho real de 6%, totalizando 12,16%. Nós oficiamos a câmara e a prefeitura pra que haja a deliberação ainda em 2013, a fim de que os servidores possam receber imediatamente esse valor, afirma Lolli.
Comissão de negociação
Pra siscapar dos barnabés, o prefeito Periquito nomeou uma comissão de negociação presidida por Marcelo Achutti, secretário de Articulação Institucional, que listou uma série de perrengues pra justificar a merreca de aumento. Entre os principais, estão o aumento de quase 22% para o magistério, obrigação que a prefa teve que assumir pra atender o piso nacional, a dívida histórica de mais de 130 milhões dos terrenos desapropriados [o tal dos precatórios] e também o compromisso firmado com o Ministério Público de diminuir a contratação temporária de barnabés, com a realização de concurso público.
Achutti ficou contente com o resultado das negociações, evitando o berreiro que rolou de 2012 pra 2013, em que os servidores rejeitaram a proposta da prefa e o perrengue foi se arrastando até julho, quando a câmara aprovou o reajuste, mesmo a contragosto da categoria.
O abobrão de Articulação Institucional avisou Periquito na tarde de ontem do sucesso da empreitada. O alcaide tava em Joinville, mas adiantou pra Achutti que deve mandar o quanto antes o projeto à câmara, pra que os servidores recebam o reajuste no quinto dia útil de janeiro.
Achutti considera que houve um avanço nas negociações e que existe a possibilidade de melhorarem as coisas. O diálogo está aberto. O prefeito está em viagem divulgando a cidade, mas a nossa comissão é um canal de negociação permanente, independente da data base de janeiro, discursa o secretário que estima um déficit no orçamento estimado pra 2014, que é de quase 214 milhões, só pra pagar os barnabés.
Nem todo o mundo concordou
O vereador Ary Souza (PSD), que é barnabé há mais de 20 anos, tá dicara com o sindicato e teme que os servidores percam ainda mais espaço na negociação. Não podemos permitir que os servidores paguem a fatura do prefeito por causa do repasse do magistério. Isso é cortar da própria carne, carca o parlamentar.
Para Ary, o aumento dos fessores é mais que merecido, mas não pode ser usado como desculpa pra não melhorar a situação dos demais barnabés, nem mesmo a questão da dívida de desapropriações, que é compromisso herdado de outras administrações.
Segundo o parlamentar, a tal comissão de negociação, criada pelo prefeito, é uma baita sacanagem. É uma falta de respeito o prefeito não atender o sindicato e criar uma pseudocomissão, que não tem poder de decidir. Só o presidente e o sindicato aceitam esse engodo. O prefeito não os atende e vai continuar não atendendo, considera o vereador.
Sede social
Outro problema apontado pelo vereador é a questão da sede social do sindicato, que tá na dona justa e pode ser tirada dos servidores a qualquer momento. O terreno doado na década de 80 para os barnabés foi reivindicado por um proprietário que até estaria disposto a negociar, mas o sindicato não tem a grana pra pagar, pois o valor estimado é superior a quatro milhões de reales. A diretoria do Sisembc quer uma força de Periquito pra que a entidade não perca o espaço.
Diante do impasse na negociação, o que se teme é que a tchurma misture as estações e o tal do terreno entre na barganha. Lolli jura com os pés juntos que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. A prefeitura deu o terreno, e não temos culpa do que está acontecendo. Não vamos vincular uma coisa com outra e nunca permitimos essa mistura, ressalta o presidente do Sisembc que, por outro lado, considera que o município tem um compromisso moral com os servidores de ajudar nesta questão, pois a sede social é o único espaço em que os barnabés podem fazer festa de casamento, níver, batizado, velório de sogra e coisas assim sem ter que pagar uma fortuna.
Achutti também garante que a questão da sede não tá na mesma mesa de negociações, mas diz que é possível sim que o homem-pássaro tome alguma medida pra que o sindicato não perca o terreno, embora não exista garantia neste sentido.