O rebaixamento da Portuguesa no campeonato Brasileiro virou um jogo de pressão. Dirigentes da CBF querem fazer de tudo para que o caso seja esquecido. O clube do Canindé lança no ar a possibilidade de entrar com ação na Justiça comum para permanecer na série A. A ameaça nada mais é do que uma barganha. Ir além da esfera esportiva seria motivo de embaraço para a CBF, a sete meses da copa do Mundo no Brasil.
O estatuto da Fifa diz, no artigo 69, que as associações nacionais devem tomar todas as precauções necessárias para que os filiados respeitem as decisões tomadas pelas entidades do futebol. É uma ...
O estatuto da Fifa diz, no artigo 69, que as associações nacionais devem tomar todas as precauções necessárias para que os filiados respeitem as decisões tomadas pelas entidades do futebol. É uma arma poderosa que temos. Vamos usar essa pressão. Eles podem se assustar, disse um dos mais importantes nomes na diretoria do clube, que pediu anonimato.
Amanhã, a cúpula da Portuguesa se reúne para traçar a linha de defesa a partir de agora. A única coisa definida é que apelação da sentença será feita ao pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O advogado João Zanforlin, que fez a defesa no julgamento de ontem, pode não continuar.
A Portuguesa conhece o código Disciplinar da Fifa. No artigo 30, sugere que os pontos sejam descontados na edição seguinte do torneio. Podemos adotar este argumento. A Justiça Comum não está descartada, é uma possibilidade, disse Orlando Cordeiro, que a partir do dia dois de janeiro será o novo diretor jurídico.
O presidente eleito, Ilídio Lico, também não descarta ir até o fim. Mas, por enquanto, não queira dizer isso com todas as letras. Vamos esgotar todas as possibilidades no STJD. Temos de acreditar em alguma coisa. A ficha não caiu ainda. Foi muito absurdo. Ouvi, durante o julgamento, o advogado do Fluminense falar em moralidade. Se existe alguém que não pode falar de moral, no futebol, é o Fluminense, disse o cartola.
Pressão na Lusa
O interesse da CBF é abafar a questão o mais rápido possível. A Folha de São Paulo apurou que o presidente da CBF, José Maria Marin, e Marco Polo Del Nero, vice da entidade, vão conversar com a diretoria da Portuguesa para convencê-los de não acionar a Justiça comum. O pedido será ampliado para que os diretores da Lusa orientem seus torcedores a não utilizar esse artifício, que pode trazer perrengues ao clube, bem como entre a CBF com a Fifa.