Os vereadores de Penha votam hoje o primeiro plano de Saneamento Básico da city. Pra ter assegurado recursos federais pra execução de obras, o prazo final pra entrega do documento é 31 de dezembro. Por isso, os parlamentares tão correndo contra o relógio e marcaram a sessão extraordinária pra esta sexta à noite. No entanto, o conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema) alega que ninguém teve tempo pra analisar e discutir o papéli com mais de 500 páginas.

Segundo o presidente do conselho, Sérgio Augusto Machado, o Condema não foi convidado pras discussões de elaboração do plano. A equipe ficou sabendo em cima da hora do documento e teve pouco mais de um mês pra estudar apenas uma parte da papelada. Com base nisso, o grupo formado por representantes da Univali, Epagri, associação de Hotéis e Restaurantes de Penha e outras entidades propôs recomendações pra aprimorar o plano. O documento estipula metas na questão de água e esgoto a serem cumpridas nos próximos 35 anos. O investimento total estimado é de R$ 160 milhões.

A maior preocupação do Condema é que o plano seja aprovado isoladamente, sem as considerações do grupo. Ele defende que as análises técnicas são importantes e aprimoram o papéli. Os pontos principais dizem respeito a questões básicas de saneamento e que não estão claras no atual documento. O grupo pede que toda a região à beira-mar tenha esgoto coletado e tratado. Já na questão da água, sugerem que seja feito um estudo hidrológico e, a partir dele, um projeto de conservação e recuperação das águas locais.

“Nós, como conselho, representamos a sociedade. Se não ajustarem esses dois pontos, não vão ouvir a sociedade”, comenta. Sérgio ainda ressalta que o município teve três anos pra elaborar e discutir o documento. Por isso, segundo ele, o assunto ter vindo à tona às vésperas do esgotamento do prazo é um grande problema.

O vereador Felipe Rebello Schmidt (PSD), vice-presidente do Condema, tá mais otimista com o projeto. Ele também é presidente da comissão de Justiça e vai aproveitar a ocasião pra apresentar as sugestões do grupo e tentar convencer os políticos a acatarem as emendas ao plano.

De acordo com o presidente da câmara de vereadores, Jesuel Francisco Capela (PSDB), foram realizadas duas audiências públicas pra discutir o plano e nove vereadores acompanharam. O político defende que nada foi feito às escuras e que os vereadores estão aptos a votar. Se seis dos 11 vereadores forem favoráveis ao plano, ele segue pro canetaço do prefeito. No entanto, os vereadores ainda podem pedir vistas e atrasar a votação. “Nós estamos há mais de seis meses em cima desse projeto. Estou seguro de que será uma ótima votação”, jura Jesuel.