Antes de iniciar a corrida pelo centro de Itajaí, a pequena Vitória de Camargo Martins, 13 anos, já se aquecia. Depois de competir no de Triahtlon de Jurerê Internacional neste ano, ela se sentia pronta para mais um desafio. A garota participou na categoria com atletas de 16 anos a 19 anos. Eu procuro manter o ritmo durante toda a prova e acelerar nos últimos metros para reduzir o meu tempo, comenta.
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Com treinos diários, a menina é atleta junto com a irmã de 12 e outra de 18, que tem paralisia cerebral e encontrou no esporte uma forma de viver melhor. A família tá sempre junta nas competições, pra aplaudir de pertinho. A mãe, Joelma de Camargo Martins, 40, acredita que o esporte influencia no comportamento e faz toda a diferença na adolescência.
Cláudio Tiago de Souza, 55 anos, faz parte de uma família de atletas blumenauenses. São 10 irmãos competindo em todo o estado de forma amadora e por amor ao esporte. A herança veio do pai, e agora eles tentam engajar a geração mais nova também no esporte. No entanto, reconhece que os tempos mudaram. Cláudio lembra que quando começou, os atletas eram movidos por pura paixão. Não mediam esforços para estar nas competições. Hoje, o bolso fala mais alto. Se não tem patrocínio, também não tem atleta que se dedique, comenta. E é nesse entrave que esbarram os sobrinhos de Cláudio. Ele não tem filhos, mas tenta incentivar os pequenos a competir. Somente dois sobrinhos seguem firme na carreira e também vieram para Itajaí, junto com cinco irmãos de Cláudio e duas cunhadas.
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O alemón treina diariamente desde 1979. Sempre correndo na rua, Cláudio precisou mudar a estratégia de treinos depois de ser atropelado, em 2005. Por isso, os irmãos construíram a própria pista de treino. Domingo, em Itajaí, ele competiu na categoria de 10 quilômetros. Servidor público e tendo o atletismo como hobby, Cláudio leva o esporte a sério, como profissional. Isso é uma paixão, é uma sensação única. Praticamente todas as semanas eu participo de alguma competição, revela.
Já com menos experiência e tradição esportiva, a paranaense e médica veterinária Francielle Marchetti, 34, tava empolgada para a primeira competição. Morando há alguns meses em Itajaí, a guria corre todos os dias pela Beira-Rio pra manter a forma. Com a resistência disciplinada, ela soube da competição e ficou faceira pra concluir a prova, independe da colocação. Eu vou devagarinho e vou chegar até o fim. Esta é a minha primeira prova e será emocionante, comenta.
Resultados
Entre as mulheres, havia cinco categorias. Todas as participantes ganharam medalha, e as cinco primeiras colocadas voltaram pra casa com um troféu. No entanto, só receberam premiação em dinheiro as três colocadas gerais da prova. Na disputa de 10 quilômetros, o lugar mais alto no pódio ficou pra Rosangela Gavinski, que levou R$ 300 pra casa. Em segundo lugar ficou Lilian Leonel de Lima (R$ 200), e quem garantiu a medalha de bronze e R$ 150 foi Carolina da Conceição.
Na prova de cinco quilômetros, quem levou a melhor foi Maristela Aparecida da Cunha, com o tempo de 19min3s. O segundo lugar ficou com Joyce Maciel e o tempo e 21min8s. A terceira colocação foi pra Ana Rúbia C. da Silva, que completou a prova em 21min35s. Nesta categoria, a premiação foi de R$ 150, R$ 100 e R$ 80, respectivamente.
Já no masculino, os três primeiros colocados dos 10 quilômetros foram Adilson Arthur Dolberth (31min10s), Alessandro de Souza (31min27s) e José Eraldo de Lima (31min32). Nos cinco quilômetros, os campeões foram, na ordem, Carlos Alexandre F. Moura (15min15s), Marcelo Pasqualine (15min50s) e Leonardo Meira (16min3s).
Atividades de verão
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Esta foi a primeira prova de uma série de atividades que seguem até o final de janeiro. Vão rolar competições de futevôlei, handebol, ginástica na praia e outras atrações mais curiosas. Atividades como voleibol sentado e banho de mar vão promover a integração dos deficientes físicos. A fundação de esportes tá finalizando o processo licitatório para comprar cadeiras de praia adaptadas e vai oferecer, todos os finais de semana, a partir de 11 de janeiro, mergulhos guiados para os deficientes. A atividade rola na praia do Molhe.
Já quem quiser desenferrujar o esqueleto, a partir de 3 de janeiro vão rolar aulas de ginástica na praia de Cabeçudas. Os encontros serão sempre às 19h30. A fundação ainda estuda a possibilidade de oferecer aulas também pela manhã. Já pra quem curte uma pescaria, pode participar da competição de Pesca de Arremesso. A prova rola em duplas. Vence quem pescar mais quilos de pescados.
De acordo com o superintendente da fundação Municipal de Esportes, Fabrício Marinho, o objetivo é oferecer à comunidade uma ocasião de se relacionar com o esporte. Não precisa ser atleta; todo o mundo vai ter a chance de participar, se exercitar e se divertir, garante.