A dona de casa Dilma Costa, 73 anos, foi a primeira pessoa a ver o fogaréu tomar conta de parte da escola Municipal Rural Laci Simão Corrêa, que fica na rua Osorio Domingos Correa, bairro São Francisco de Assis, em Penha. A fumaça foi avistada por dona Dilma e mais duas amigas por volta das 17h de domingo. Poucos minutos depois, as chamas já tomavam conta dos banheiros, da cozinha e do refeitório, que fica na parte de trás da escola. Só olhei daqui, do portão, e o fogo já estava saindo pela porta. Deu uma vontade de apagar, mas ficamos apavoradas, com medo de uma explosão, conta a dona de casa, que chamou os bombeiros.
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Os vermelhinhos conseguiram controlar as chamas em 15 minutos, mas ainda havia muito fogo no interior do prédio. Segundo o comandante dos bombeiros de Penha, Jhonny Coelho, foram gastos 14 mil litros ...
Os vermelhinhos conseguiram controlar as chamas em 15 minutos, mas ainda havia muito fogo no interior do prédio. Segundo o comandante dos bombeiros de Penha, Jhonny Coelho, foram gastos 14 mil litros de água pra apagar e fazer o rescaldo de todo o fogaréu.
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O fogo começou em um dos banheiros que fica aos fundos, passou pela cozinha e atingiu todo o refeitório. As chamas se espalharam rapidamente pelo prédio por conta de materiais como cadernos, livros e plástico. O forro em PVC ficou todo queimado. Também houve muito vazamento de gás de cozinha, mas não chegou a provocar uma explosão.
A cozinha da escola estava equipada com geladeira, fogão, forno elétrico, micro-ondas e até uma pequena panificadora. Tudo virou cinzas. A dor de perder todo o material de trabalho ainda é sentida por Dorli Isabel Correa, 29, servente e merendeira da escola. Ela também é mãe de uma menina de quatro anos, que estudava lá.
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A servente mora em frente à escola e, quando chegou na casa, depois das 22h de domingo, Dorli e o marido viram que havia alguma coisa estranha. Foram até a escola com uma lanterninha e encontraram o local completamente destruído. Fiquei muito assustada; já pensou o que poderia ter acontecido se tivesse alguém lá dentro?, questiona.
Viram dupla tacar fogo
De acordo com o comandante, um morador relatou que viu dois rapazes, com idade entre 17 e 19 anos, pularem o muro dos fundos e depois fugir do local. Os dois tentaram arrombar a porta da cozinha para roubar os eletrônicos, mas como não conseguiram, atearam fogo dentro de um dos banheiros. O fogaréu atingiu dois banheiros, a cozinha, uma despensa e o refeitório da criançada. Ontem à tarde, o pessoal do instituto Geral de Perícia (IGP) teve no local pra fazer uma perícia e tentar identificar o que provocou o incêndio.
Alunada será transferida para outra escola
A escola Municipal Rural Laci Simão Corrêa atende cerca de 120 crianças, do primeiro ao quinto ano. A prefa da Capital do Marisco já tinha planos de reformar os dois prédios da frente, onde ficam as salas de aula e a direção. Mas com o incêndio, o prefeito Evandro Eredes dos Navegantes (PSDB) pretende botar tudo abaixo e construir uma nova sede.
Com isso, os pimpolhos deverão ser transferidos para a escola Antonio José Tiago, que fica a um quilômetro de distância. O mandachuva explica que ainda será feita uma reunião com a equipe da secretaria de Educação e depois com os pais, mas acredita que esta é a melhor solução para que os alunos não percam o próximo ano letivo. Pra isso, a prefa também disponibilizaria um ônibus pra buscar a garotada em casa e levar à escola.
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Referente à construção da nova sede, o prefeito Evandro espera contratar a empresa em janeiro e erguer uma nova estrutura em até quatro meses. Eu vejo que esta é a maneira mais segura e confortável para os alunos. Mas não podemos demorar muito, porque nesses locais mais afastados a escola não serve só como lugar de educação, mas serve também como convívio social, diz.
O prefeito calcula que o preju tenha saído em torno de R$ 150 mil, mas um engenheiro ainda deve fazer o levantamento.