Itajaí

Amigos levantam grana pra Chocolate rever a família

O analfabeto que ganha a vida vendendo livro pelas ruas de Itajaí quer voltar a ter contato com os parentes que deixou nas Minas Gerais

Há 13 anos circulando pelas ruas de Itajaí, seu Ademar Ferreira Mota, 66 anos, já virou figura conhecida na cidade. Não ligou o nome à pessoa? Então lá vai a dica: ele é mais conhecido como Chocolate, o analfabeto que virou matéria de jornais e TVs por vender livros usados e fazer poesias. Agora, Chocolate volta de novo à cena. Um grupo de amigos levanta dinheiro para que o poeta popular possa ir ao encontro dos parentes em Minas Gerais, a quem não vê há mais de 15 anos.

A vaquinha já começou. Quem quiser ajudar pode procurar a comerciante Dóris Raizer, na loja de artesanatos do Mercado Público Velho de Itajaí. É lá pelas bandas do Mercado que Chocolate costuma ...

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A vaquinha já começou. Quem quiser ajudar pode procurar a comerciante Dóris Raizer, na loja de artesanatos do Mercado Público Velho de Itajaí. É lá pelas bandas do Mercado que Chocolate costuma chegar aos sábados e espalhar os livros que ganha da comunidade para revender. É assim que ganha vida há mais de uma década. Às vezes fica na pracinha nos fundos da igrejinha Velha, na rua Hercílio Luz, e, em algumas ocasiões, no murinho ao lado do McDonald’s.

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Sempre bem vestido – dentro do possível para quem tem uma vida abarrotada de dificuldades – e de um trato ímpar com quem conversa, Chocolate tem tantos amigos quanto os livros que vende. E são esses muitos amigos que agora tentam ajudá-lo a realizar um sonho de anos: reencontrar os parentes que deixou em Minas Gerais.

A jornalista e produtora cultural Mirian Arins conta que em julho começaram a acionar pelo Facebook conhecidos que moram em Minas Gerais para tentar localizar os familiares do poeta e vendedor de livros. “Em 14 de setembro apareceu a primeira mensagem na minha caixa. Depois que vi tinha mais mensagens de pessoas que não era meus amigos no Facebook. Eram os parentes dele”, diz Mirian, feliz com o resultado.

Primos e chegados de parentes do vendedor de livros que hoje mora em Itajaí eram os contatos na caixa de mensagem da jornalista. Pronto, a primeira etapa da tarefa pra tentar juntar Chocolate com a família tava feito. Agora, ressalta Mirian, é conseguir ajuda pra comprar as passagens aéreas e também para que ele possa se manter alguns dias na cidade de Governador Valadares, onde os parentes moram.

Ontem, Chocolate não foi encontrado. O que se sabe é que mora no loteamento Promorar, no bairro Cidade Nova. No próximo sábado, combinou com os amigos, estará no mercado vendendo seus livros e levando seus documentos para que o pessoal, caso consiga do dinheiro, marque a passagem para Minas Gerais.

Tia que se criou com Chocolate conta que não o vê há 15 anos

“Se você falar com ele, fala que tia Mariinha mandou abraço pra ele e graças a Deus que tá bem”. Num típico mineiro, dona Maria das Graças Ferreira Cruz, 68 anos, ficou surpresa e feliz ao receber o telefone do DIARINHO dando notícias do sobrinho. Dona Mariinha, como faz questão de ser chamada, tem saudades de Ademar (ela não conhecia o apelido Chocolate).

Os dois, conta a tia, passaram parte da infância na mesma casa, em Governador Valadares, onde ela ainda mora. Eles têm praticamente a mesma idade. Dona Mariinha lembra bem do sobrinho, há quem não vê há uns 15 anos. “Ele largou a gente, foi morar no Rio e sumiu pra lá. De vez em quanto aparecia e agora que demorou pra aparecer”, comenta.

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A família, diz a tia, tentou procurá-lo. “A gente tava preocupada com ele, porque a minha irmã (mãe de Chocolate) faleceu e já tem mais de 10 anos. A gente tentou procurar ele pra dar a notícia”, afirma. Mas não conseguiram localizá-lo.

Dona Mariinha elogia o sobrinho. “Ele é muito inteligente. Sempre foi”, afiança. Também, segundo ela, uma pessoa querida por quem o conhece.

Quando era pequeno, relata a tia, o pai o abandonou. Daí, foi morar com a mãe em Belo Horizonte. Depois retornou para Governador Valadares e foi morar na casa que pertencia a uma outra irmã de dona Mariinha.

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Depois que foi embora, ainda jovem, Chocolate morou no Rio de Janeiro e também em Santos, com uma irmã. De lá, na década de 80, segundo o próprio Chocolate relata, veio para o litoral de Santa Catarina com um grupo de nordestinos. Veio vender redes pelas praias. Gostou daqui e ficou.

A vida lhe foi irônica. Sem saber ler, virou vendedor de livros pelas ruas de Itajaí, cidade que está radicado desde o começo dos anos 2000.

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