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Luto patológico: quando a perda vira doença


Luto patológico: quando a perda vira doença

O luto é um estágio normal de quando perdemos alguém ou algo importante em nossas vidas, mas pode ser preocupante quando se prende à pessoa, vira algo sem fim e a impede de viver como antes. Esse estado é chamado de luto patológico. Nele, a dor é como uma espiral crescente no interior de uma pessoa, tornando cada ação corriqueira do dia a dia mais difícil, com constante sensação de desesperança e falta de consolo, após o luto agudo (período recente de uma perda).

No processo habitual do luto, vivencia-se sentimentos de ambivalência entre aceitação e ajuste a uma nova vida sem algo ou alguém que foi perdido. Nesses casos, muitos dos sintomas do luto são parecidos com os da depressão. Uma das características do diagnóstico do luto patológico é a preservação da autoestima do paciente, coisa que não acontece quando ele se encontra em um quadro depressivo. O luto patológico pode ser dividido em três tipos. O primeiro é conhecido como luto crônico, que tem duração excessiva e nunca chega a um fim satisfatório. O segundo é o luto retardado ou ausente, que consiste numa reação normal à perda, mas com a impossibilidade de superá-la. Por fim, no luto severo há uma intensificação dos tipos supracitados.

Os fatores que podem fomentar um luto patológico estão ligados a questões que envolvem o relacionamento com quem se foi, como quem era essa pessoa, a natureza da ligação, a forma como ela morreu e história de vida, além da personalidade de quem sofre com o luto. Cada um que vive o luto tem suas particularidades. Quando o luto é adiado, por exemplo, as reações imediatas à morte não são vividas no momento oportuno do processo da perda, sendo acionadas tardiamente através de outros eventos, com uma carga emocional forte o suficiente para desencadear o processo e pode fazer com que o enlutado não expresse o que sente, bloqueando tudo e agindo como se nada tivesse acontecido, negando o sofrimento e a dor da perda. Muitos imaginam que, fazendo isso, conseguem deixar os sentimentos de lado, chegando até mesmo a acreditar que a pessoa está ali presente, mas não é bem assim. Conheça alguns dos sintomas do estado patológico do luto: alucinações frequentes com a pessoa que se foi, desejo veemente de que a pessoa volte, solidão intensa, afastamento de tudo que traz a lembrança da pessoa falecida e insônia.

Existem algumas controvérsias acerca do diagnóstico do luto patológico. Por exemplo: se uma pessoa apresenta uma série de sintomas de depressão, mas sofreu uma perda recentemente, os sintomas podem ser decorrentes do luto, e não da doença em si. Muitas vezes, a pessoa em luto patológico pode ser erroneamente diagnosticada com depressão, da mesma forma que também pode desencadeá-la, caso a patologia perdure por anos. É uma linha muito tênue, o que torna tudo um pouco mais difícil.

Por isso é tão necessário o acompanhamento profissional para ajudar o paciente a lidar com o luto, até porque a gravidade do distúrbio pode demandar o uso de medicamentos. A cura vem com o tempo, por meio do enfrentamento da perda e da retomada da rotina, do controle das emoções e da nova relação com a morte. O luto precisa ser totalmente cuidado para que não haja recorrências futuras.
Se você não está conseguindo lidar com a morte de uma pessoa querida e acha que está levando tempo demais para superar, ou conhece alguém que se encontra nessa situação não hesite em procurar ajuda. A morte é um processo natural do ciclo da vida de todos. Permita-se sofrer o que tiver que sofrer, para então poder seguir em frente, levando consigo o melhor daquela pessoa que já se foi.


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