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Coluna Exitus na Política

Por Sérgio Saturnino Januário - pesquisa@exituscp.com.br

Ética para civilização tecnológica


O processo civilizatório no qual estamos vivendo coloca a ética numa gaveta empoeirada. Em outros tempos a ética trazia disposição para se analisar ou compreender ou interpretar as coisas do mundo. Mesmo para aqueles que procuram manipular os cenários ao seu redor em busca de situações de autodefesa, tudo isso ainda remetia a coisas do mundo. Os disfarces e as fantasias firmavam algo da realidade: aquilo existe e pode ser interpretado pela Psicologia e seus aparatos. Os disfarces são descobertos [tirar o que encobre] pela linguagem.

 

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Todo o saber ou conhecimento que se tem sobre o mundo é mediado pela linguagem. É aí que as pessoas se revelam. Ao fim e ao cabo, o “ser” que pode ser compreendido é a linguagem. Depois, esse fato passa a condicionar as aparências, as imagens e as identidades das pessoas. A linguagem, nas suas mais diversas circunstâncias, mostra a existência de seu autor. O autor autoriza a se dizer quem é na medida em que se manifesta em condições de pressão, de diversão noturna, de trabalho, em relações escolares, em convívios de amizade. No trajeto do tempo, a identidade se revela. Hoje as câmeras nas ruas e nos condomínios mostram quem você é e o que você não pode controlar.

Como é inescapável falar uns com os outros, é inescapável se revelar na vida. Por mais que se tente esconder os fantasmas que circulam na cabeça, seja pela formação familiar na iniciação social, seja por traumas que ocorrem em qualquer fase da vida, todos se “declaram” ao enfrentar um diálogo qualquer. A imagem que se tem de si mesmo ou a imagem que se quer passar aos outros, são parte da produção da aceitação social e uma partícula da identidade.

No tempo das redes sociais, a aceitação se promove pela quantidade de seguidores. Não se sabe quem são, mas se sabe que alguém é aceito. Muito já se mostrou sobre as fragilidades desses processos. Muito já se fez com mentiras. O esforço não é mais para se compreender os fatos, acreditar que há uma realidade em si mesma diante de nós e apesar de nós. A ordem foi invertida: importa tentar produzir influência no modo de agir e reagir das pessoas. Não é sobre a realidade, sempre fugidia de nosso conhecimento, mas sobre o poder de influenciar e se mostrar relevante. Hoje, as narrativas [expressão comum recente] são um símbolo de como vivemos a vida social. Cada um fala o que quiser, justifica o que é preferido, monta um quebra-cabeça de peças estranhas ao conjunto.

Os limites de uso das redes sociais e todo o seu potencial de realismo-fantástico, está a configurar a necessidade de uma ética para a civilização tecnológica. Pelas redes sociais, por ser um mundo absolutamente manipulável, e de apresentação da vida eternamente feliz e resolvida [uma vida editada], se absorve o niilismo mais recente [atitude de rejeição da moralidade social como se não houvesse existência].

Se alguns sofrem pelas condições de sua formação e iniciação social – o que se demonstra em suas atitudes e comportamentos morais, atualmente as redes sociais mostram a urgência de requerer limites morais e éticos para a manutenção da vida social. Em todos os casos, continuamos a falar uns com os outros no mundo concreto e ali sempre nos revelamos, somos avaliados e não temos muitas cavernas para nos esconder do que somos.


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