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Coluna Fato&Comentário

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Edison d´Ávila é itajaiense, Mestre em História e Museólogo, mestre em Cultura Popular e Memória de Santa Catarina. Membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico de SC, da Academia Itajaiense de Letras e da Associação de Amigos do Museu Histórico e Arquivo Público de Itajaí. É autor de livros sobre história regional de Santa Catarina

Abonada e insensível


Abonada e insensível

O DIARINHO noticiou, com grande dose de ufania, e conforme contas feitas pelo IBGE com dados de 2021, que Itajaí se tornara a cidade mais rica de Santa Catarina, a terceira da região Sul e a vigésima terceira do Brasil.

A notícia merecia mesmo manchete principal de primeira página do jornal. Afinal, superar nossas coestaduanas Joinville, Blumenau e a Capital, sempre tidas como detentoras de economias mais pujantes, é conquista a comemorar. Além do que, se a riqueza aqui se acumula, é porque todos os itajaienses contribuem com seu trabalho, competência, expertise e capacidade de empreender. É toda gente a empreender e a trabalhar pelo bem comum: trabalhadores, empresários, poder público. Os louros dessa conquista são, portanto, da coletividade.

Mas, há uma relevante razão para esse auspicioso crescimento econômico da cidade,  que não pode ser esquecido. O êxito do trabalho produtivo, da competência operosa, da expertise capacitada e do exitoso empreendedorismo se devem, com certeza,  ao notável  caráter da gente de Itajaí, suas qualidades de acolher, integrar quem aqui chega com vontade de vencer; de construir  uma cidade com perspectivas para todos; de crença na capacidade criativa dos cidadãos/cidadãs operosos.

E isto tudo se deve à cultura constituída por ricas tradições, por memorável história, por hábitos e costumes sãos e úteis. É a cultura aqui construída em mais de dois séculos que fundamenta  esse ganho econômico. Ninguém venceria se a comunidade não tivesse sido  uma bem feita construção histórica ao longo desses 200 anos.

Também não haveria vitoriosos de agora se o espaço geográfico, o meio ambiente e as condições naturais não tivessem oferecido oportunidades de empreender e alcançar  bons resultados. A excelente localização da cidade, o rio e o mar, a beleza das paisagens se constituíram e se constituem num penhor seguro de estímulos e conquistas.

Todavia, esse PIB acumulado não tem contribuído generosamente, para que a cidade tenha outros avanços culturais e de respeito com o meio ambiente. Que notável ação ou obra temos visto por esses anos, de quem empreende aqui, faz-se vitorioso e enriquece, em favor da cultura da gente de Itajaí e da conservação de sua beleza natural? Até agora nada!... Em 2024, a cidade de Itajaí completa 200 anos e não se vê movimento algum de empreendedores e Poder Público.

Decididamente a atual fúria demolidora, a ânsia por edificar e fazer vendas, o descuido com a paisagem natural, que começa a ser irremediavelmente maculada,  não significam ganhos para uma cidade saudável.

Só resta, então, concluir melancolicamente que se tem uma cidade abonada, porém, insensível...


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