Que o confronto era difícil, todos já sabíamos, mas no domingo no Gigantão das Avenidas ficou evidenciado algo que faz muita diferença no futebol: a qualidade. O Hercílio Luz venceu o Marinheiro por 2 a 0 pelo jogo de ida da semifinal por méritos. Quando teve oportunidade, fez os gols e construiu uma vantagem confortável para o duelo de volta. Já o Marinheiro carece de qualidade. O torcedor rubro-anil não pode falar de falta de vontade dos jogadores, como foi no final de semana anterior, quando perdeu para o Leão do Sul por 1 a 0 na última rodada da primeira fase. Houve muita entrega por parte dos jogadores rubro-anis, mas o Marcílio tem muitas deficiências que, em um jogo decisivo contra um adversário forte e preparado, ficam muito evidentes. Em especial no setor ofensivo, o Marinheiro não consegue produzir quando enfrenta adversários mais fortes. Jefferson Renan, que está voltando de lesão e está sem ritmo de jogo, ainda foi o atacante mais perigoso do Marinheiro. Artilheiros do campeonato, Zé Eduardo e Poffo esbarram nas próprias limitações e não marcam há três jogos. Sem opções no banco de reservas, o técnico Waguinho Dias também não tem muito o que fazer a não ser lamentar o rendimento da equipe. A Copa SC deixa claro que o Marinheiro precisa rever todo o seu elenco, porque poucos jogadores mostraram merecer continuar para o Catarinense, se o objetivo do clube for conquistar uma vaga para a Série D do Brasileiro. Com a base do time atual (contando peças que não ficam para o estadual), o Marcílio entra no Catarinense como candidato ao rebaixamento. Resta pouco mais de dois meses para o estadual e a preocupação já tem que ser grande no Gigantão.

Ainda não acabou

Ainda não acabou

Embora a montagem do elenco para o Catarinense seja urgente, o Marcílio Dias ainda está vivo na Copa Santa Catarina. Por mais difícil que seja derrotar o Hercílio Luz em Tubarão, ainda mais por dois gols de diferença para levar a disputa para os pênaltis, o grupo do Marinheiro tem que acreditar. Se sair na frente no placar, o Marcílio joga a pressão psicológica para o outro lado, que amarga eliminações seguidas em seus domínios. O Marinheiro vai ao sul do estado sem nada a perder. Historicamente a camisa rubro-anil é capaz de feitos considerados impossíveis, e é o que resta nesse momento para o torcedor acreditar em uma virada, por mais improvável que seja.