Agê, queridíssimo amigo, estou muito triste com sua inesperada partida. Muitas parcerias e exposições nós fizemos juntos. Muito refletíamos sobre a vida, sobre as artes, sobre Cultura.
Suas exposições individuais tinham um ineditismo criativo e reflexivo importantes. Muitas políticas culturais sonhamos nós juntos.
A última que realizamos foi a AOCA/Associação de Ofícios e Correlatos às Artes, instalada em 2007, uma experiência inesquecível. Um lugar para o encontro das diferentes linguagens artísticas de Itajaí e região.
Depois de uma conversa, eu, Agê e Eduardo Moreira pensamos em ocupar, para hospedar as artes, a antiga sede da empresa de pescados Sul Atlântico, na avenida Ministro Victor Konder , com isso, impedir sua demolição e depois transformá-la em um Espaço Cultural.
Agê e eu decidimos e fomos solicitar as instalações desocupadas da empresa, que se encontrava na eminência de encerrar suas atividades.
De pronto, o empresário, dono da empresa, nos recebeu e o espaço nos foi cedido.
Transformamos aquele enorme lugar em um local onde se fomentava e produzia-se arte.
Agê montou lá seu ateliê, dividido comigo em algumas horas para produzir com ele.
Aquele lugar se transformara num lugar incrível, habitado pelas artes e para encontros de diferentes pensares. Ali conviviam, dentre outros, Edmundo Campos, N. Dina, Pedro Alípio, Marilina Bernal, Sueli Beduschi, Juliano Trevisan, Eduardo Da Hora, Rui Flôres, Augusto Raio, Dalton Xavier, Elton Mendes, Helmuth Wisbeck, Nilton Silva, Mário Pereira, Zelão, Márcia d´Ávila, Eduardo Moreira, Agê.
Agê era o morador mais constante da AOCA, nobre e digno anfitrião. A AOCA durou pouco, mas o suficiente para deixar marca indelével naqueles que a conheceram e frequentaram.
Agê será inesquecível !