Colunas


Gestão auditável


Vimos, ao longo dos últimos anos, uma cruzada com relação ao sistema eleitoral brasileiro. Até antes um sistema exemplar e seguro; hoje, nas bocas, o gosto amargo da dúvida, e nas mentes a incerteza em relação à consistência do sistema. É o medo que conduz a contração e a violência, ou a manipulação dos discursos que entrega na língua a pauta do que deve ser falado. Enquanto que a reflexão estaciona em qualquer esquina escondida na cabeça.

Se o esforço de pensar é difícil, o caminho mais fácil e cruel é acusar o outro em termos pessoais, íntimos e morais, ainda que seja de forma indireta. Por medos sociais e autoritarismos, entramos numa cruzada das opiniões pessoais moralmente respiradas como legítimas, e da ganância medíocre por ser juiz do que lhe acontece ao redor. Pensar a vida é difícil, executar o veredito sobre o mundo e as pessoas ao redor é o prumo do covarde.

Sempre que houver a gestão de coisas que não são nossas, que não são pessoais, então é imperativo declarar as fontes e circunstâncias. Se são coletivas, ainda que privadas, de pequenos grupos, é a eles que apresentamos “relatórios” e nos colocamos à reflexão. Se são Coisas Públicas [Res-Pública], é a eles que devemos a declaração de transparência pelos atos, sempre no calado do instantâneo, do imediato, durante o percurso dos atos.

No mundo da Res-Pública, a gestão tem que ser auditável. Se do ponto de vista técnico o sistema de votação e apuração de resultados é auditável, controlável, verificável, ainda assim podem ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Se o esforço de pensar é difícil, o caminho mais fácil e cruel é acusar o outro em termos pessoais, íntimos e morais, ainda que seja de forma indireta. Por medos sociais e autoritarismos, entramos numa cruzada das opiniões pessoais moralmente respiradas como legítimas, e da ganância medíocre por ser juiz do que lhe acontece ao redor. Pensar a vida é difícil, executar o veredito sobre o mundo e as pessoas ao redor é o prumo do covarde.

Sempre que houver a gestão de coisas que não são nossas, que não são pessoais, então é imperativo declarar as fontes e circunstâncias. Se são coletivas, ainda que privadas, de pequenos grupos, é a eles que apresentamos “relatórios” e nos colocamos à reflexão. Se são Coisas Públicas [Res-Pública], é a eles que devemos a declaração de transparência pelos atos, sempre no calado do instantâneo, do imediato, durante o percurso dos atos.

No mundo da Res-Pública, a gestão tem que ser auditável. Se do ponto de vista técnico o sistema de votação e apuração de resultados é auditável, controlável, verificável, ainda assim podem conter imprecisões técnicas ou necessidades de aprimoramentos pelos avanços da democracia e da tecnologia. Não como desconfiança, mas por aperfeiçoamento; não por ineficiência, mas por insuficiente; não por ser inservível, mas que pode ser melhorado. Não é desconfiança, senão desenvolvimento. Para isso há, nos órgãos de controle, grupos permanentes de análise e testes ocasionais de integralidade do sistema. Até hoje, de acordo com os próprios concorrentes, o processo eleitoral é “pouco eficiente” nas campanhas dos partidos, mas seguro em seus resultados. Está na Política a urgência da revisão. Enquanto se discute sobre os botões da urna, os orçamentos secretos evaporam o dinheiro público em mãos “privadas” e se declara 100 anos de sigilo para informações sobre atos públicos.

A Gestão Auditável dos governos não permite que, pelo prazer do governante ou para a escuridão de seus atos, haja centenários para acessos a informações, documentos, atas de reuniões. O que é público tem que ser tratado como tal e para tal. Agir em cidadania, em cidadãos, em democracia, em república. Por enquanto, tais personagens da política serão tratados em diminutivo, quando existentes.

A necessidade de Comissões de Investigações parlamentares e o conjunto de processos e procedimentos de investigação nos tribunais são o reflexo da fresta de transparência quase intransponível pela luz do nascer do sol. Procedimentos de “brincar de esconde-esconde” e de exigir em transparência o mundo do vizinho é uma perversão autoritária, particularista e que move o eleitor para a batalha e à guerra, e não para a cidadania. Parece ser mais importante ter uma arma para executar o veredito do que ter no voto expressão de democracia.

A Gestão Auditável não terá nenhuma legitimidade democrática daqui a 100 anos, depois dos sigilos serem quebrados como vidro, tampouco interesse de nossa parte. É provável que estaremos em outra parte de outra vida em qualquer outro lugar.


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

A condenação de Bolsonaro é justa? 



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

O que a TV Justiça não mostrou: momentos marcantes de um julgamento histórico

JULGAMENTO DO GOLPE

O que a TV Justiça não mostrou: momentos marcantes de um julgamento histórico

Onda bolsonarista é tentativa de inspirar novo 8 de janeiro, diz especialista

“Nepal já”

Onda bolsonarista é tentativa de inspirar novo 8 de janeiro, diz especialista

As 3 alternativas que poderiam livrar o ex-presidente da prisão

E agora, Bolsonaro?

As 3 alternativas que poderiam livrar o ex-presidente da prisão

Verde-amarelo em disputa e pautas "invertidas" marcam 7/9 antes de julgamento de Bolsonaro

SETE DE SETEMBRO

Verde-amarelo em disputa e pautas "invertidas" marcam 7/9 antes de julgamento de Bolsonaro

Malafaia usa Bíblia para transformar investigação em provação divina

Nos cultos

Malafaia usa Bíblia para transformar investigação em provação divina



Colunistas

Agnaldo apoiado pelo governo Robison?

JotaCê

Agnaldo apoiado pelo governo Robison?

Cuidar da mente não é luxo: é sobrevivência no século 21

Ideal Mente

Cuidar da mente não é luxo: é sobrevivência no século 21

Detran cria guia pra diferenciar bikes elétricas, patinetes e ciclomotores

Charge do Dia

Detran cria guia pra diferenciar bikes elétricas, patinetes e ciclomotores

Agosto Branco

Coluna Esplanada

Agosto Branco

Os gestos de Carol de Toni

Coluna Acontece SC

Os gestos de Carol de Toni




Blogs

Exclusivo: Osmar Teixeira deixa o PSD

Blog do JC

Exclusivo: Osmar Teixeira deixa o PSD

Inteligência Artificial redefine papel das academias e profissionais de fitness

A bordo do esporte

Inteligência Artificial redefine papel das academias e profissionais de fitness

🫀 Coração saudável: pequenos hábitos que fazem grande diferença

Espaço Saúde

🫀 Coração saudável: pequenos hábitos que fazem grande diferença






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.