Colunas


Soldados sem cabeça,  armados


Vivemos grudados no passado, ante toda trajetória pessoal e, como roteiro cinematográfico, pelos depoimentos dos depoimentos da história social, da cadeia política, dos desafios econômicos, das fissuras culturais. Tudo junto e confuso, apenas separados como categoria analítica.

Em todas as guerras e confrontos, a despeito de atrocidades e mortes, sortilégios e tramas, sortílegos e bruxos, é fácil perder a racionalidade argumentativa e se perder no heroísmo do combate, o senso de responsabilidade com os outros. Tomados por forças internas, revolvidas nas entranhas, voltadas à revolta pelo ódio e à conquista pelo triunfo das armas, os “soldados” recebem o caminho e a missão dos superiores. Fabricados em mesas de trabalho, os “soldados” são colocados em guerra pela chance de medalhas, de celebração de heroísmos recauchutantes.

Eliminar o adversário, colocá-lo ao chão, com olhos parados, corpo frio, sangue enrijecido, torna o impulso vital do tiro no peito o fervor da missão cumprida. “Soldado” não pensa, não pode pensar! Tem que defender a “pátria”, a “mátria”, a casa e os postos dos “superiores”. “Soldado” precisa de combate para frisar sua missão. Em países marcados pelo subdesenvolvimento democrático, a política é a exasperação da guerra como tragédia e como farsa.

Em circunstâncias históricas a eleição não é a escolha de alguém, mas a negação do seu concorrente, adversário, inimigo. Eleições, como fulgor ou relâmpago, não combinam voto e futuro, ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Em todas as guerras e confrontos, a despeito de atrocidades e mortes, sortilégios e tramas, sortílegos e bruxos, é fácil perder a racionalidade argumentativa e se perder no heroísmo do combate, o senso de responsabilidade com os outros. Tomados por forças internas, revolvidas nas entranhas, voltadas à revolta pelo ódio e à conquista pelo triunfo das armas, os “soldados” recebem o caminho e a missão dos superiores. Fabricados em mesas de trabalho, os “soldados” são colocados em guerra pela chance de medalhas, de celebração de heroísmos recauchutantes.

Eliminar o adversário, colocá-lo ao chão, com olhos parados, corpo frio, sangue enrijecido, torna o impulso vital do tiro no peito o fervor da missão cumprida. “Soldado” não pensa, não pode pensar! Tem que defender a “pátria”, a “mátria”, a casa e os postos dos “superiores”. “Soldado” precisa de combate para frisar sua missão. Em países marcados pelo subdesenvolvimento democrático, a política é a exasperação da guerra como tragédia e como farsa.

Em circunstâncias históricas a eleição não é a escolha de alguém, mas a negação do seu concorrente, adversário, inimigo. Eleições, como fulgor ou relâmpago, não combinam voto e futuro, mas rebelião e passado. Voto e eleição tornam-se guerras. Não se sabe no que vai ser e no que vai dar, posto que a seleção e escrutínio dão-se por negação, revolta, traição. Após isso, os dias de amanhã só podem ser mostrados pelo espelho do passado.

Alojado o monstro dentro do palácio, conviver com ele é um desafio diário, temeroso e ameaçador. Na familiaridade cotidiana com a tragédia, as aventuras da farsa e das mentiras e das manipulações encontram as condições propícias para explodir como bombas. Alojado o monstro no palácio, já que está ali e ali estará, não cabe mais a vergonha e o escrúpulo, a racionalidade e compreensão dos fatos, o argumento e a história pela realidade das coisas. Com medo da própria culpa pela morte alojada na arma do “soldado”, o remorso, a farsa, a mentira fabricada, a falsidade, as manipulações, o arroto e o vômito, se transferem ao opositor.

Parar de pensar e alvejar o adversário-alvo é o principal “treinamento” e “heroísmo” do “soldado” sedento pela medalha. Reconhecimento forjado que esconderá o infortúnio de sua “missão encomendada”, fundida por sua intolerância, preconceito, machismo, homofobia, ignorância política, insensatez, desconhecimento sobre sua própria história e sobre a história que envolve sua vida social e seu organismo vivo.

A Política, em países de baixo desenvolvimento democrático, acaba e permanece, por tempos corrosivos, como a arte da guerra e seus assombros. Outrora, em outros lugares, a Política fora a Arte da Esperança. Voto serve, aqui embaixo, como arma, pouco ou nada de esperança. Para a linha do Sul cabe a condição de que “A História se repete, a primeira como tragédia, a segunda como farsa”. É necessário mais do que eleições para mudar a política brasileira!


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

O que você acha da privatização da Marejada?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

“Bolsonaro ainda é insubstituível”: antropóloga analisa os rumos da extrema direita

EXTREMA DIREITA

“Bolsonaro ainda é insubstituível”: antropóloga analisa os rumos da extrema direita

Organização dos EUA é usada para convocar ex-assessor de Moraes para falar no Senado

JULGAMENTO DO GOLPE

Organização dos EUA é usada para convocar ex-assessor de Moraes para falar no Senado

“Comunidades estão no meio do fogo cruzado”, diz especialista

Narcotráfico na Amazônia

“Comunidades estão no meio do fogo cruzado”, diz especialista

Como a rede de acolhimento se vira contra meninas que necessitam abortar

Rede invisível

Como a rede de acolhimento se vira contra meninas que necessitam abortar

“Alguém tem que fazer alguma coisa”: velejador adere à flotilha para quebrar cerco a Gaza

FAIXA DE GAZA

“Alguém tem que fazer alguma coisa”: velejador adere à flotilha para quebrar cerco a Gaza



Colunistas

Paciente xinga enfermeira e é presa em postinho de saúde em em Itajaí

Charge do Dia

Paciente xinga enfermeira e é presa em postinho de saúde em em Itajaí

Ainda é cedo

Coluna Esplanada

Ainda é cedo

Novos mercados

Coluna Acontece SC

Novos mercados

Visita especial na Univali

JotaCê

Visita especial na Univali

Coluna Exitus na Política

As inversões, as invenções




Blogs

"Trata-se de um crescimento incrível", diz CEO sobre expansão da nutrição esportiva no Mr. Olympia Brasil Expo 2025

A bordo do esporte

"Trata-se de um crescimento incrível", diz CEO sobre expansão da nutrição esportiva no Mr. Olympia Brasil Expo 2025

Curso em Floripa prepara profissionais para lidar com crises de imagem

Blog do JC

Curso em Floripa prepara profissionais para lidar com crises de imagem

🧠 Ansiedade ou Estresse? Entenda a diferença para cuidar melhor da sua saúde

Espaço Saúde

🧠 Ansiedade ou Estresse? Entenda a diferença para cuidar melhor da sua saúde






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.