Impressionismo
O brasileiro em geral não está nem aí para política e quando chegam as eleições - com campanhas cada vez mais curtas - escolhe seus candidatos mais como torcedor de futebol do que como cidadão. Ele vota na impressão que ele tem do candidato, não no conhecimento que tem de sua vida e obra. Por isso dá tanta merda.
Realismo
Para que melhorássemos a qualidade da política brasileira, teríamos que ter, ao invés de campanhas e percepções impressionistas, eleições mais realistas. Com tempo para análise dos planos dos candidatos e de sua capacidade de realizá-los, por exemplo. Pra isso precisaria mudar muita coisa, da legislação ao comportamento do próprio eleitor. E dos candidatos...
Utopia
Mas não vai mudar nada. As regras são favoráveis a políticos, empresários, lobistas, puxas sacos, e por aí vai. Quanto menos governo, melhor. Só não beneficia aquele velho conhecido nosso, o brasileiro, que é quem paga a conta. E que também não pode reclamar, porque quem vota em qualquer um, tem como pagamento serviço nenhum.
O possível
Para fazer frente ao tempo curtíssimo de campanha eleitoral, os governos que assumem têm que botar o bloco na rua logo de cara e dar a máxima visibilidade de suas obras e ações - e que sejam obras e ações úteis à população, não pirotecnia.
Exemplo
O prefeito pop star Fabrício Oliveira (Podemos), fez, e fez bem, a lição de casa no seu primeiro governo. Obras estruturantes importantes, cuidados com as pessoas, muita inovação e trabalho o levaram a uma vitória fácil, já prevista, e com uma votação histórica. Fabrício enterrou seus adversários que buscaram na demagogia e na baixaria enganar o eleitor. Sifú.
Apagou
O pop star enterrou de vez o coronel Leonel Pavan (PSDB) e o homem do passado, ops, homem pássaro, Edson Periquito (MDB). O melhor, melhor do mundo, Auri Pavoni (PSDB), não dá nem pra comentar, porque é só um fiasquento detalhe...
Exemplo
O prefeito barbudinho, Volnei Morastoni (MDB), também arregaçou as mangas. Fez ações e obras por toda a cidade e, mesmo sendo do grupo de risco, tem enfrentado o maledito covid-19 com coragem e dando a cara à tapa.
Enterrou
O empresário Liba Fronza (DEM) foi a grande surpresa da eleição 2020. Deixou pra trás o ex-prefeito Bob Carlos (PSD), que era favorito no pleito, e o ex-vereador Fredolino Bento, o Lino (MDB). A pesquisa do DIARINHO sinalizou que Liba segurava o segundo lugar e que pelo grande número de indecisos, tudo podia acontecer. E aconteceu . Liba é o novo prefeito de Navegantes.
Lição
Foi uma grande lição essa eleição para os ex-prefeitos Bob Carlos (PSD) e a loirosa Luzia Coppi (PSDB) de Camboriú. Nomes considerados fortes e com chances de retornar aos referidos paços, mas que receberam o não das urnas. Bob e Luzia receberam que o povo não aceita mais determinadas situações e posturas.
Previsão
O que a coluna escrevinhou e era de certa forma óbvio, aconteceu: a reeleição dos prefeitos. E olha que teve prefeito que enfrentou o poderio econômico do outro lado. Dinheiro que escorreu pra compra de votos. Candidatos a vereador que se venderam. A evidência do poder da grana ao arrepio da lei eleitoral.
Se molharam
A oposição em Itajaí, guiada por velhas raposas da política e por um povo do baixo clero bastante controverso, se perdeu. Passaram a campanha inteira batendo na questão da água. Transformaram um grave problema que aconteceu na barragem, com a volta da cunha salina, como se fosse uma situação ocasionada pelo prefeito.
Sem discurso...
Com isso, perderam tempo precioso pra pontuar o que pretendiam se conseguissem chegar ao paço da Vila Operária. A estratégia foi tão errada que nos dois últimos dias de campanha pararam de falar da água, porque era evidente que o povo já tava sacudo. Ninguém mais aguentava a mesma tecla.
Se perderam
A derrota da oposição enterrou uma pá de nomes que poderiam ter protagonismo nas eleições de 2024. Rifaram a minha ex-musa BBB, Anna Carolina (PSDB), que era candidata à prefeita. Foi derrubada porque tinha votos nas ruas, mas não agregava no grupo. Robison diziam, em verso e prosa, que agregava à oposição. E, Anna, mesmo que tivesse chances de vencer o pleito, não fazia parte dos planos de muitos bagrões da oposição peixeira.
Se apequenou
O Progressistas, a sigla com o maior número de filiados na city peixeira, veio rachado pra eleição. A coisa poderia ser diferente se a sigla não tivesse espantado tantas lideranças como o narigudo Tarcísio Zanelatto, o agoniado Agnaldo dos Santos e, até mesmo o próprio ex-prefeito Jandir Bellini.
Jandir quieto
Jandir preferiu não se manifestar, mas Zanelatto e Agnaldo entraram de cabeça na campanha de Volnei. Os culpados, lascam filiados, desse racha no Progressistas foram o João Paulo, Fernando Pegorini, professor Edson D’ávila, entre outros.
Se calou...
Jandir se calou, tomou a decisão de não dar pitaco no pleito, mas, lá atrás, quando o presidente da sigla, o João Paulo, sinalizou de se abraçar com o PSDB, questionado, disse que não o procuraram e largou um “esse não é o meu PP”. Pra quem sabe ler, um pingo é letra.
Ressuscitaram
Chegaram a ressuscitar o ex-prefeito, o alemão Arnaldo Schmitt (MDB), pra posar pra foto colocando perfurete em uma caranga. Arnaldo deixou de ser prefeito em 1996, e mora em Floripa. Teve seu tempo e o povo nem sabe mais quem é; além disso sempre foi um baita pé frio. Quando apoiou o João Macagnan, ele perdeu. Quando apoiou o Volnei lá atrás, ele também perdeu.
Evidente
Ficou evidente que a galega Anna não fazia questão de pedinchar votos para o Robison Coelho. A galega, pendurada em um caminhão tipo trio elétrico, gritava no microfone que “agora sou candidata à vereadora” e fez silêncio na candidatura à majoritária.
Fora
O entisicado Fernando Pegorini (PSL), o bonzinho Edson Lapa (PSL), o futebolista Nikolas Reis (Podemos), o polido João Paulo Tavares Bastos Gama (Progressistas) e o Robison Coelho (PSDB) se abraçaram num clube do Bolinha. Acreditaram que teriam possibilidades neste 2020. Meteram os pés pelas mãos e focaram na problemática da água que nada mais foi do que um incidente que não poderia dominar toda uma campanha.
Se fechou
Robison se fechou em copas, demonstrando que apesar de quererem vender uma figura diferente, de um portuário no primeiro mandato de vereador, não tinha cheiro de povo, cheiro de rua. Também lhe faltam carisma e experiência. Votos pra vencer uma eleição pra estar na principal cadeira do paço da vila Operária. Precisou juntar tudo pra ver se chegava. E num deu.
Nariz empinado
Quem conhece a choupana do socadinho escriba, sabe que a porta do meu endereço profissional fica na rua e aberta pra quem quiser aparecer. Enquanto os candidatos a prefeito, o vai dar tudo certo, Patrick Dauer (Avante); Osvaldo da mancha branca Mafra (SD); o homem do nível quântico superior, João Vecchi (PT) e Volnei Morastoni passaram por aqui, Robison foi o único que não deu as caras. Deu uma de importante...
Aberta
Quem quis, independente de sigla, ideologia, gostar ou não do pançudo escriba, a porta estava aberta, tanto que dezenas de candidatos a vereador de uma gama de cidades da região visitaram a choupana. Os abobados, aqueles que acham que política é Fla-Flu de torcida raivosa é que falam bobagens, mas a porta continua sempre aberta.