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Aonde vamos?


Novamente viajo sobre a questão ética de nossa sociedade, ou ao menos nos pontos teóricos. Afinal, a ética é sempre uma questão em efervescência no sentido que afeta a vida social, econômica, política... Podemos dizer que o ser humano coloca as palavras ética e moral na tentativa de compreender seus conflitos e até mesmo os conflitos político-sociais. Diante de uma sociedade cercada de violência, criminalidade, injustiça, falta de ética na vida pública, as pessoas se posicionam verbalizando a questão moral. Ou seja, apresentam soluções como: a pena de morte, a prisão, o linchamento, a greve, a cassação do mandato, etc.

Enquanto a televisão mostra imagens da primavera árabe, a reflexão permeia diversos caminhos. Contudo, os EUA não possuem grandes méritos nesses momentos. Os estadunidenses sempre levam a democracia deles aos governos tiranos do planeta. E justo na hora em que estavam falidos, ditadores que nem sabíamos que existiam começam a cair. Competindo aos expectadores falar que para o recém país livre, dizer que vai nascer uma democracia. É muita ousadia nossa querer enquadrar todas civilizações nos nossos costumes. É absurdo escolher a profissão do filho recém nascido.

Outra coisa que fico pensando é que gostamos de acompanhar as tragédias publicadas em revistas, jornais, rádios e canais de televisão. E quando a manchete não rende mais dinheiro saem à procura de outra notícia. Sendo que os mesmos meios de comunicações dificilmente mostram a reconstrução de certo povo, sociedade ou civilização. Quantas tragédias naturais vimos este ano? Quantas foram recuperadas? O ato moral, em sua estrutura vertebral, está voltado para o Outro. O que fizemos para ter efeito moral é realizado na presença do Outro. Porém, a única prestação de contas e pessoas sorrindo – sendo que um dia passaram dificuldades – que vejo são nas matérias do Criança Esperança. Que, nesse caso, é para pedir dinheiro.

Na academia encontro que o atuar politicamente para revolucionar a situação social designa a ação que possui uma função eminentemente comunitária. É o agir em prol da coletividade, da maioria excluída. Ainda nos encontramos num mundo emperrado por uma concepção individualística e hedonista da ética, que concede ao sujeito a tranquilidade da consciência pela indiferença.

Depreendo que passamos por um exílio intelectual. Produzimos muito e ao mesmo tempo produzimos pouco. A academia encontra-se anestesiada com os dados estatísticos disponibilizados pelo próprio governo. Hoje querer pensar é ser o errado. Talvez querer pensar sempre pertenceu aos errados. Somos educados a aplaudir e não levantar o dedo para perguntar. Somos educados a ficar de olhos abertos e ver as imagens da televisão e não questionar. Somos orientados a andar e também sentar. Pois a sociedade só se move quando querem que ela se mova. E quando surge uma greve, é de quesito político. A ética e a moral não existem, assim como a vergonha, em tantas pessoas.

*Graduado em Filosofia pela UNIFEBE/Brusque e Mestrando em Ciências Políticas-UFSCar/São Carlos-SP

js_junior@yahoo.com.br

 


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