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Compromisso com a educação em Santa Catarina


Para uma educação que se pretende democratizadora, só pelo amplo diálogo, pela extensiva interlocução entre os diferentes, é que podemos chegar a um documento que condense as expectativas de uma maioria com relação à nova proposta Curricular de Santa Catarina.

Não se poderia conceber uma proposta com vocação democratizante se o seu próprio método de construção não fosse igualmente articulado sobre uma base de participação democrática, beneficiando-se da diversidade de pensamento e de experiências dos atores da educação no Estado.

O primeiro seminário Presencial dos Ciclos de Formação para atualização da proposta Curricular de Santa Catarina, promovido pela Secretaria de Estado da Educação, entre 25 e 27 de março, em Balneário Camboriú, já é um enorme passo no sentido de compor uma proposta que concilie as especificidades de nosso estado com as diretrizes Curriculares Nacionais.

Uma oportunidade de participação que precisamos valorizar como um precioso subproduto das conquistas históricas nas últimas décadas. É uma possibilidade, às vezes, negligenciada pela sociedade, de interferir nas políticas públicas que vão impactar no destino coletivo.

É um trabalho de fôlego reservado a todos os profissionais envolvidos neste processo. Para a associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), que congrega algumas das mais importantes instituições de ensino superior do estado, participar destes ciclos de formação, mais do que um compromisso institucional, é oportunidade de contribuir para a formulação de uma proposta que conduza a educação catarinense a um estágio de excelência.

Sabemos que as instituições de ensino superior não podem adotar uma postura isolada, como se as fragilidades do ensino básico não afetassem os passos seguintes da educação formal. A preocupação com a qualidade de nossos cursos passa pela qualidade dos alunos que ingressam no ensino superior.

E isso nos remete ao desafio, que é de todos nós, de pensar a educação de uma maneira sistêmica, de articular esforços conjuntos, de desfazer qualquer noção de realidade estanque, pois as dimensões da educação básica e da educação superior se interlaçam e se influenciam mutuamente.

É preciso, então, não desviar o olhar do grande pano de fundo que deve orientar a realização deste processo para a atualização da proposta curricular de Santa Catarina. Atualizar pressupõe a ideia de mudar aquilo que já não é mais eficiente e não responde às necessidades do mundo contemporâneo. A nosso ver, o que se deve buscar não é o “simplesmente novo”. Muitas ideias podem parecer novas e até atraentes, mas não são necessariamente funcionais ou cabíveis.

Acreditamos, no entanto, que a nossa inspiração deve advir da busca pelo revolucionário, ou seja, o novo que efetivamente transforme, condensado numa proposta que não só sustente, mas também incentive as reformas na educação e, como resultado, consigamos empoderá-la como ferramenta mais capaz de responder às demandas de um mundo em ritmo frenético de mudanças.

A garantia de que este processo produzirá um documento auspicioso está na sua própria concepção prévia. Não estão reunidos, em Balneário Camboriú, meia dúzia de doutores definindo as diretrizes de um movimento pela educação de Santa Catarina. Ali, estão interlocutores de todas as áreas, munidos dos mais diversos saberes e experiências profissionais no vasto campo da educação, identificados com a mesma causa, comprometidos com o esforço de construir, ao longo dos próximos meses, uma proposta curricular que, dentro de sua competência, ajude a destacar Santa Catarina em mais um quesito elementar do desenvolvimento humano.

A Acafe acolheu a intenção de participar e, por seus professores de intensa atuação e formação pedagógica e acadêmica, se une neste escopo.

* Reitor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e presidente da associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe)


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