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O dia mundial de luta por direitos


O Dia do Trabalhador, instituído internacionalmente, traz o alerta dos operários americanos que lá em 1886 se mobilizavam contra as condições injustas de trabalho. Desde aquela época eles já lutavam contra a exploração do trabalho infantil, jornadas extensas e salários baixos. Passados 124 anos, os trabalhadores fazem reivindicações e saem às ruas exatamente pelos mesmos motivos: essa semana, representações dos trabalhadores de todas as regiões do estado de Santa Catarina saíram em marcha pelas principais ruas de Florianópolis. A Marcha dos Catarinenses fez uma mobilização pela vida da classe trabalhadora, justamente no Dia Internacional em Memória das Vítimas de Doenças e Acidentes no Trabalho, 28 de abril.

Há muito tempo não se via uma mobilização tão concentrada, com tanta união, organização e representatividade. Eles relembraram que o país tem um índice considerável de habitantes que perde a vida em acidente de trabalho. São números pouco divulgados pela grande mídia. Cerca de três mil pessoas que trabalham nas mais diversas áreas para garantir a estrutura e o conforto da sociedade, para construir móveis, pontes, prédios, cidades, gerar energia, educar, cuidar da saúde saíram em marcha chamando a atenção dos deputados e autoridades em geral sobre os direitos do trabalhador e um deles é a carga horária. Em comparação aos demais países, atualmente o Brasil tem uma das maiores jornadas de trabalho.

Esse excesso de horas impede que o trabalhador viva para sua família e tenha mais tempo livre para recarregar as energias antes de um novo dia de trabalho. É mais do que justo que tanto as autoridades quanto os empregadores atendam os trabalhadores reduzindo a jornada para 40 horas semanais, dando a esses homens e mulheres, pais e mães de família, o direito de ter uma vida digna, além de ter um melhor rendimento profissional. Hoje as manifestações podem ser feitas sem que a polícia reaja com violência, pois nosso regime democrático permite que os trabalhadores organizados exerçam seu direito de cidadão e se engajem gritando por mudanças.

Em termos de políticas públicas algumas mudanças já são observadas na prática. Nunca, na história do Brasil, tivemos uma política econômica e social tão bem direcionada para o trabalhador. As pesquisas comprovam que as classes C, D e E estão com um maior poder aquisitivo e vêm sendo mais valorizadas e isso é um avanço. É o poder público promovendo dignidade. Um século depois de operários dos Estados Unidos darem o primeiro passo em busca dos seus direitos, nós continuamos e não podemos perder a coragem: há avanços, apesar de poucos e lentos. E que essas atitudes não sejam tomadas somente no Dia Internacional em Memória das Vítimas de Doenças e Acidentes no Trabalho ou só no Dia do Trabalhador, mas todos os dias e com muita garra e consciência, para que as atitudes sejam de fato tomadas e os direitos sejam adquiridos.

*Luci Choinacki (liderança social e partidária do PT/SC, ex-deputada estadual, ex-deputada federal, ex-presidente do PT/SC)

 


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