O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso na madrugada desta sexta-feira em um aeroporto no Paraguai. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão por participação na tentativa de golpe que pretendia manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota nas eleições de 2022, Vasques tentava embarcar para El Salvador quando foi detido.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Silvinei integrava um grupo que coordenou o uso das forças policiais para sustentar a permanência ilegal de Bolsonaro na presidência. Ele teria ordenado que agentes da PRF realizassem blitze com o objetivo de dificultar o acesso de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva às urnas no segundo turno da eleição, em 30 de outubro de 2022.

Ainda de acordo com a PGR, Vasques participou de uma reunião em 19 de outubro de 2022, na qual foi discutido o uso de operações da PRF para impedir o voto de eleitores em cidades do nordeste. A ele é atribuída a frase: “Havia chegado a hora de a PRF tomar lado na disputa.”

Durante o julgamento do chamado Núcleo 2 da ação penal da trama golpista, realizado pela Primeira Turma do STF em 9 de dezembro, a defesa de Vasques alegou que ele não atuou para impedir o deslocamento de eleitores de Lula.

Silvinei tinha sido preso preventivamente em agosto de 2023 e ficou detido por um ano, até ser liberado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A liberdade provisória estava condicionada ao cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e o cancelamento do passaporte.

Apesar das restrições, Vasques deixou o Brasil sem autorização judicial. Ele rompeu a tornozeleira na região da grande Florianópolis. Ao ser abordado pelas autoridades paraguaias, portava um passaporte paraguaio com informações pessoais falsas.