O fotógrafo Maurício Guartelá se deparou com uma cena chocante na quarta-feira, ao encontrar um marlin-azul morto na orla da praia de Balneário Piçarras. O animal, que é um dos maiores peixes do mundo, estava com a cabeça separada do corpo e tinha um pneu preso no bico, o que pode ter sido a causa da morte.

“É de partir o coração ver o impacto que nós, seres humanos, causamos na natureza. Nossos resíduos estão matando vidas que nem têm culpa da nossa falta de cuidado”, lamentou Maurício. O fotógrafo chamou o pessoal do Museu Oceanográfico da Univali, que recolheu o animal pra produção de material sobre os impactos da poluição.

A peça com o bico preso no pneu também será preparada para exposição da nova ala “Poluição dos Mares”, inaugurada em setembro no museu, justamente com dados e informações sobre os impactos da ação humana no meio ambiente, promovendo a conscientização sobre práticas sustentáveis.

“Que essa triste cena sirva como alerta e ferramenta de educação ambiental. A natureza tá pedindo socorro, e a responsabilidade é de todos nós. Bora se conscientizar e cuidar melhor do nosso planeta”, refletiu Maurício Guartelá.

O museu também prepara um vídeo pra falar do caso, comentar sobre o que pode ter ocorrido e citar outras ocorrências parecidas. A assessoria do museu informou que há diversos registros de interação dos conhecidos “peixes de bico” com embarcações, boias e outros materiais.

O marlin-azul é o maior peixe de bico do mundo, podendo chegar a cinco metros de comprimento e pesar quase uma tonelada, embora a maioria fique entre 150 e 300 quilos, como o encontrado em Piçarras. O animal é considerado o “rei dos mares” e vive na costa brasileira, onde é alvo da pesca esportiva. A pesca comercial é proibida desde 2005.