Diante da situação, a empresa analisa ajustes nas operações, como redução de horários e de embarcações e paralisações pontuais, entre outras medidas que afetarão a vida dos usuários. Não é de hoje que a empresa reclama da falta de reajuste nas tarifas, o que não acontece desde 2017, e nos repasses pra bancar as gratuidades.
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A queixa atual ganha novo reforço porque a revisão inflacionária era uma das obrigações do acordo histórico que regulamentou o serviço, exigindo melhorias também pela empresa, com contrapartidas do governo estadual e da agência reguladora. O termo previa a análise pra reposição inflacionária entre 31 de agosto de 2017 até a data do acordo, em 9 de setembro.
O cálculo deve ser feito individualmente para cada travessia, no centro e no bairro, pelo índice da inflação acumulada medida pelo IPCA. Conforme um dos itens do acordo, as novas tarifas serão implementadas após a devida aprovação e publicação da revisão. Os critérios pra análise da Aresc abrangem demonstração de custos das operações e cumprimento das obrigações do acordo, entre outros.
Segundo a NGI Sul, a contrapartida da Aresc não seria apenas reajuste de preços, mas revisar a tarifa com base no índice inflacionário do período em questão. O pedido leva em conta o aumento dos custos operacionais nos últimos anos, incluindo o diesel das embarcações, insumos do serviço e salários dos funcionários, que tiveram reajustes no período, enquanto as tarifas ficaram congeladas.
Na resolução 361/2025, de 25 de setembro, a Aresc autorizou o reajuste tarifário do ferry, ainda não aplicado. Os novos preços preveem a tarifa básica de pedestre de R$ 1,45 para R$ 2,19, e o valor pra carro de R$ 13,68, na travessia no centro, e de R$ 11,11, no bairro. O reajuste, conforme o documento, considerou o acordo de setembro.
Ferry alerta para ajuste de horários, redução de embarcações e paralisações
Em nota, a NGI Sul informa que aguarda há mais de dois meses a autorização da Aresc para a revisão de sua tabela tarifária. A empresa reforçou que está sem qualquer reposição inflacionária desde 2017, o que dá mais de oito anos.
“Mesmo após a celebração de um novo contrato de autorização de prestação de serviço com o governo do estado, que prevê em suas cláusulas a reposição inflacionária da tarifa, a atualização ainda não foi efetivada pela Aresc”, afirma.
Na manifestação, a NGI Sul ressalta que o diálogo com os órgãos governamentais é fundamental para o interesse de todos, entre usuários, empresa e governo, e que segue esperando ainda uma solução definitiva, às vésperas do período de maior movimento. “A empresa entende que milhares de pessoas utilizam seus serviços, facilitando a mobilidade urbana regional, não somente entre as duas cidades, somado ainda a preocupação com o aumento de fluxo durante a temporada de verão”, esclareceu.
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Diante da situação, a direção da NGI Sul avisa que já estuda medidas operacionais para adequar o serviço, como redução de embarcações, ajustes nos horários de travessia ou paralisações pontuais em determinados dias.
“A empresa reforça seu comprometimento com a continuidade e a qualidade do serviço prestado à população, mas alerta que a defasagem tarifária tem comprometido a sustentabilidade econômica da operação”, completou.
O DIARINHO questionou a secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias e a Aresc sobre a situação. A assessoria da secretaria buscaria uma resposta, mas citou dificuldade de retorno nesta sexta-feira em razão do ponto facultativo no governo do estado devido ao Dia do Servidor. A assessoria da Aresc não respondeu o contato da reportagem até o fechamento da matéria.
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