A denúncia foi oficializada no dia 13 de novembro pelo vereador Maicon Rodrigues, o Maicon do Itacolomi (PL), que flagrou o transporte e o depósito de lajotas tipo paver das imediações da rua Palmeiras (Rua 4.400), no bairro Itacolomi, para uma empresa de pescados localizada em Itajuba, já na cidade vizinha.
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Maicon relatou ao DIARINHO que, por morar no bairro, costuma acompanhar as obras de pavimentação executadas pela prefeitura no norte de Balneário Piçarras. Ele observou que as lajotas, reaproveitadas de outras obras ou mesmo novas, estavam guardadas em área pública — e, a partir disso, notou que o volume de materiais vinha diminuindo.
Segundo o parlamentar, entre os dias 10 e 11, sexta e sábado, o volume de pavers reduziu consideravelmente. Ele passou a monitorar e filmar o local, e acompanhou dois veículos — um Gol branco e um Fiat Toro — carregando o material para Itajuba. “Vi várias cargas saindo do local”, informou ao DIARINHO. “Havia algo de errado, porque o prefeito Tiago Baltt, inicialmente, pontuou que, com esse material, iria pavimentar a rua Palmeiras”, reforça.
Ao seguir os veículos e constatar que pertenciam a uma construtora, Maicon viu os pavers sendo descarregados e já sendo usados no pátio de uma empresa de pescados, ou seja, em espaço privado. O vereador chegou a conversar com o responsável pela construtora e alega ter sido “cercado” por funcionários da empresa.
Segundo Maicon, o construtor afirmou que iria primeiro “conversar com o secretário de Obras” de Piçarras, Artur Ribeiro, mas, em seguida, comprometeu-se a devolver o material. Artur informou que tomou conhecimento da situação por meio de Maicon e, imediatamente, comunicou o prefeito Baltt.
Tiago determinou, no início da semana, a abertura de sindicância interna, e agora a prefeitura investiga como o material foi desviado. Os pavers foram recolhidos terça, dia 14.
O vereador do PL frisa que seguirá acompanhando a investigação da prefeitura, mas cobra que o prefeito determine logo a pavimentação da rua Palmeiras com o mesmo material, para evitar novos problemas. Ribeiro reforça que a investigação avançará nos próximos dias.
Construtora culpa terceirizada
O DIARINHO contatou a construtora apontada como autora do desvio. Segundo a empresa, há “inconsistências” nos fatos narrados pelo denunciante — entre elas, “falta de provas” acerca de circunstâncias que “devem ser devidamente apuradas”. A nota acrescenta ainda que o empresário citado como proprietário da construtora não faz parte do quadro societário.
A empresa, entretanto, confirma que houve transporte das lajotas — mas afirma que o serviço foi executado por uma empresa terceirizada, que presta serviços em todo o Estado, e que a construtora acusada não estava em atividade no dia do transporte, devido ao mau tempo.
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“Os responsáveis, uma vez identificados, responderão pelo ocorrido”, finaliza a nota, informando ainda que o contrato com a terceirizada foi rescindido.