A comunidade, por meio de servidores da Educação como Eliane Pinheiro e Vera Bernardi, e de lideranças de bairro como Vande Balsanelli, manifestou-se contrária à medida, assim como o sindicalista Jossias Coutinho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (Sintrambav).
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Eles apontam que, em meio a demandas públicas e necessidades básicas da população, a concessão desse benefício aos vereadores seria injusta. A proposta foi aprovada semanas atrás, sem divulgação, por parte de 10 dos 11 parlamentares – apenas Peterson dos Santos (PSD) não votou, pois não compareceu à sessão.
O prefeito Daniel Cunha (PSD) sancionou a lei nº 2456/2025, mas o Sintrambav exige a revogação da medida. Auxiliares de educação da prefeitura, como Vera Bernardi, também estão indignados. Ela cita que trabalha 40 horas semanais, recebe R$ 2024 brutos e um vale de R$ 474.
A professora Eliane Pinheiro também condenou o benefício. “Fiquei pensando sobre as diferenças de prioridades na valorização profissional. Enquanto os vereadores conseguem vale-alimentação sem grandes obstáculos, os servidores públicos continuam recebendo verdadeira mixaria”, considerou.
“E, quando falamos dos agentes da Educação Infantil, a situação é ainda mais injusta: é preciso todo um estudo de impacto na folha, que nunca sai do papel”, completou.
A manifestação do sindicalista Jossias vai nessa mesma linha. “É um contrassenso diante da realidade enfrentada pelos servidores”, pontuou Coutinho. Ele ressaltou ao DIARINHO que a Câmara aprovou esse benefício próprio enquanto o funcionalismo aguarda o avanço de uma reforma administrativa enviada ao poder público.
“Estamos todos os dias cobrando uma reforma que não sai do papel. Mesmo com a repercussão negativa e um eventual protesto nesta terça-feira, essa lei pode ser publicada a qualquer momento. Só não terá validade se a mesa diretora colocar em pauta a revogação, e é isso que esperamos”, completou.
O impacto anual, caso os vereadores recebam o benefício, será superior a R$ 160 mil. Nesta segunda, Jossias encaminhou um ofício pedindo que o funcionalismo ganhe um vale-alimentação equiparado ao dos parlamentares.
“Benefício será mantido”, diz Diego
Desde a repercussão negativa do projeto nas redes sociais, os parlamentares têm evitado se posicionar. O presidente Diego Moraes (PP), entretanto, confirmou na tarde desta segunda-feira que manterá o benefício.
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Ele frisou que “a medida representa um reconhecimento aos parlamentares que dedicam seus dias ao serviço público, muitas vezes abrindo mão do convívio familiar”, e que a Câmara já aprovou várias medidas em favor das “diversas classes do funcionalismo”, cobrando da prefeitura a reforma administrativa e defendendo que o valor aprovado aos vereadores seja também parâmetro para os servidores públicos. “A nova legislação não fere qualquer norma vigente”, reforçou.