INÉDITO

Compositor de Itajaí assina samba que estreia na Sapucaí em 2026

Obra vencedora será trilha do enredo “Rita Lee, a padroeira da liberdade”, pela Mocidade

Cleiton divide autoria com nomes como Xande de Pilares e Diego Nicolau (Foto: Arquivo pessoal)
Cleiton divide autoria com nomes como Xande de Pilares e Diego Nicolau (Foto: Arquivo pessoal)

O advogado Cleiton Roberto Pereira, 42 anos, é o primeiro itajaiense a assinar um samba-enredo oficial do Grupo Especial da Marquês de Sapucaí. Em entrevista exclusiva ao DIARINHO, ele contou sobre a conquista ao lado de nomes de peso do carnaval carioca, como Jefinho Rodrigues, Diego Nicolau e Xande de Pilares. O samba vencedor da Mocidade Independente de Padre Miguel será apresentado em 2026 no enredo “Rita Lee, a padroeira da liberdade”.

O envolvimento de Cleiton com o carnaval começou ainda na infância, em uma família simples de Itajaí. A mãe comprava LPs e CDs com os sambas-enredo do ano, e ele passava horas ouvindo. Quando chegava fevereiro, a rotina era virar a noite assistindo aos desfiles do Rio pela televisão. “A Sapucaí para mim era aquele sonho distante da televisão, de assistir de madrugada em casa. A minha alegria era tocar no carnaval de Itajaí”, recorda.

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Na juventude, participou de blocos locais como o Macunaíma e o Unidos da Loca, além de tocar instrumentos de percussão em escolas menores da região. A ponte para o Rio surgiu primeiro pelo futebol: torcedor do Vasco, ele começou a viajar em 1995 para assistir jogos e passou a frequentar o carnaval da capital fluminense.

Em 2011, desfilou pela primeira vez no Rio e recebeu convite para compor na Portela. “Meu primeiro samba foi na Portela, ao lado de Waldir 59 e Casquinha”, conta. A partir daí, ampliou contatos, passou a disputar sambas em várias agremiações e aprendeu os mecanismos das quadras cariocas. Desde 2017, defendeu obras na Portela, Imperatriz Leopoldinense e na Mocidade, até alcançar sua primeira vitória.

O samba da liberdade

Em 2026, a Mocidade levará para a avenida a irreverência de Rita Lee. O samba escrito por Cleiton e parceiros traz versos como “Um belo dia resolvi mudar, cansei dessa gente careta” e o trocadilho “Santa Rita Leeberdade”. O enredo e a sinopse foram desenvolvidos pelo carnavalesco Renato Lage e será o primeiro desfile de segunda no Grupo Especial.

O samba nasceu a muitas mãos, a partir da sinopse entregue pelo carnavalesco Renato Lage. O texto orientava os compositores sobre o que deveria estar presente na letra, já que o enredo precisa dialogar com alegorias e fantasias para não perder pontos.

Segundo Cleiton, a construção começa quando alguém traz a primeira melodia, acompanhada de um esqueleto de letra. “Alguém chega com uma melodia e a gente começa a rabiscar em cima da sinopse. Cada um coloca uma palavra, um verso”, explica. As discussões aconteciam em encontros presenciais, mas também em longas trocas por WhatsApp, até que a música tomou forma.

O acabamento só veio no estúdio, no dia da gravação, quando ainda houve alterações significativas. E mesmo depois de o samba ser declarado vencedor, a obra segue sendo refinada em parceria com a escola. “A gente passou a tarde toda na Mocidade mudando duas ou três palavras e um pouquinho da melodia”, lembra.

Para Cleiton, estar nesse ambiente de criação ao lado de compositores consagrados é parte do aprendizado. “Eu sou só um aprendiz, perto desses grandes campeões, mas tô cada vez aprendendo mais”, admite.

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Bastidores competitivos

Por trás do brilho, as disputas de samba-enredo no Rio envolvem investimentos altos. “Só para chegar à final da Mocidade a gente gastou na faixa de R$ 90 mil”, relata.

O clima também é particular. “É realmente como se fosse uma eleição. Tem que contratar intérprete, gravar, levar torcida. É um mundo bem diferente do que a gente vive aqui”, descreve.

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As escolas de samba, lembra Cleiton, têm importância que vai além do desfile. “A Portela tem um balcão de emprego, a Mangueira atende várias crianças. A Sapucaí é a cereja do bolo, mas a escola é muito mais que a festa”, diz.

 

Porto Belo vai servir duas toneladas de risoto de graça

Porto Belo está em contagem regressiva para a 10ª edição do Festival do Camarão, que acontece de 10 a 19 de outubro. Serão nove dias de programação gratuita na praça da Bandeira, no centro da cidade, com shows nacionais de artistas como Michel Teló, Zezé Di Camargo & Luciano, Gustavo Mioto e Naiara Azevedo. O público também vai encontrar dezenas de pratos à base de camarão preparados por restaurantes locais, que levam para a rua receitas típicas da região.

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Um dos momentos mais esperados é a distribuição gratuita do maior risoto de frutos do mar do Brasil. São mais de duas toneladas preparadas em uma panela especial de 2,5 mil litros. A produção é comandada pelo grupo Rancho do Turucutuco e promete servir cinco mil pessoas. O prato virou símbolo da festa desde as primeiras edições e reforça o lugar do camarão como protagonista da identidade local.

A festa também destaca a pesca artesanal, tradição com mais de 200 anos em Porto Belo. Uma embarcação de camarão será exposta no meio da praça, aberta à visitação. Ali, pescadores vão conversar com os visitantes e mostrar detalhes do ofício que atravessa gerações.

Sertanejo em destaque

A abertura da programação musical será com Michel Teló, no dia 10. No dia 12, Gustavo Mioto sobe ao palco, e durante a semana é a vez de Zezé Di Camargo & Luciano emocionarem o público. No penúltimo dia (18/10), Naiara Azevedo promete levantar a praça com hits conhecidos em todo o Brasil.

Papas da Língua, banda de pop rock nacional, se apresenta no dia 11. Já a Uniclãs, grupo de rock alternativo nascido em Porto Belo e considerado um símbolo musical da cidade, sobe ao palco no dia 15. Rainha Musical (14/10), DJ Guto Loureiro (16/10), Traia Véia (17/10) e, para encerrar, Cezar & Paulinho — em um show dedicado à terceira idade no domingo, dia 19 — completam a lista.

 

Orgulho de Itajaí

A conquista tem valor simbólico para quem começou na beira do rio. “Eu passava pela Beira Rio lembrando que já toquei tamborim ali. Hoje eu posso dizer: eu tenho um samba na Sapucaí”, afirma.

Agora, ele se prepara para conciliar a rotina de advogado com os compromissos carnavalescos. “É um momento ímpar. Quero viver isso de perto e espero que venham outras vitórias”, projeta.

No fim, Cleiton deixa uma lição de vida: “Não fica adiando o sonho. Vai atrás hoje. Eu vim de família simples e parecia impossível, mas vale a pena acreditar.”



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