DENÚNCIA

Cachorro fica o dia inteiro preso na varanda de quarto de hotel na orla de BC

Vizinho denunciou situação mas não teve retorno de órgãos de proteção ou da direção do hotel

Animal teria sido deixado sem água e comida por hóspede (Foto: Reprodução)
Animal teria sido deixado sem água e comida por hóspede (Foto: Reprodução)
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Um cachorrinho da raça buldog francês ficou largado na sacada de um quarto do hotel Mercure, no centro de Balneário Camboriú, na quarta-feira. O caso foi denunciado por um vizinho que relatou que o animal ficou o dia inteiro no local sem assistência e, aparentemente, sem água e nem comida.

“Não dá pra ver tudo ali [na sacada], mas não é legal, é?”, comentou o morador, no momento do flagra do abandono. Ele também contou que o cachorro ficou latindo direto, de manhã até a noite. Ao longo do dia, nenhum hóspede e nenhum funcionário do hotel apareceram.

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O denunciante informou que avisou o serviço de bem-estar animal às 18h, mas o órgão orientou a ligar pra Guarda Municipal. No entanto, ele diz que não adiantou e nada foi feito. “Fomos ao hotel e disseram que iam ligar para os proprietários”, contou.

A situação foi resolvida só no final da noite, após muita insistência. “Eram aproximadamente 22h, após três ligações para a guarda, uma ida ao hotel e duas ligações pro mesmo que abriram a sacada e deixaram o cachorrinho entrar”, narrou o vizinho. “Víamos que ele permaneceu o dia todo sem nenhuma assistência – não temos certeza sobre água e comida, mas aparentemente sem nada”, completou.

Nesta quinta-feira, o morador relatou que a gerência do serviço contra maus-tratos explicou pra ele que não tiveram sucesso ao pedir atenção ao caso para a GM. O episódio chamou a atenção para as dificuldades em se garantir medidas de proteção aos animais junto aos órgãos públicos. “Uma cidade que está na maior propaganda se dizendo ‘pet friendly’ não tem atendimento para algo assim?”, criticou o denunciante.

GM atendeu tarde demais

A GM esclareceu que atende esse tipo de situação. No caso em questão, segundo a secretaria de Segurança, uma guarnição esteve no local e conversou com a recepcionista do hotel. A funcionária teria dito que já havia orientado a hóspede e que a mulher, por sua vez, já teria retirado o cão da sacada.

O atendimento, porém, teria sido já de noite. A diretora de Combate a Maus-Tratos Contra Animais, Patrícia Ferreira, ficou sabendo da situação no final do dia. “Eu já havia saído do meu posto de trabalho e solicitei que eles gerassem a ocorrência através do 153. Mais tarde, sabendo que ainda não tinha sido feita a visita lá, eu reforcei o pedido na central e soube que não foi atendido”, contou.

No horário noturno, a ocorrência poderia ficar com a GM ou a Guarda Ambiental. Ainda nesta quinta, ela pretendia conversar com o comandante da GM e o secretário de Segurança pra discutir o caso e adotar medidas urgentes para evitar que o problema se repita. “O meu departamento atende mais a parte de crime. Fora do horário, se for um caso de violência, animal ferido, aí eu saio da minha casa, fora do horário e vou lá atender. O que não era o caso ontem. Era urgente, mas não era uma emergência, porque o animal não estava machucado, não sofreu violência física”, explica.

Divisão de atendimentos

O secretário de Meio Ambiente e presidente do Conselho Municipal de Proteção Animal de BC, Nelson de Oliveira, explica que há uma divisão nos atendimentos relacionados a animais. Quando se trata de maus-tratos, que são crimes, os casos são pela diretoria de Combate a Maus-Tratos Contra Animais, vinculada à secretaria de Segurança, e conta com apoio da Guarda Municipal Ambiental para os atendimentos.

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Já a secretaria de Meio Ambiente conta com uma diretoria de Bem-estar Animal, que atende outras situações. “Tudo que é crime e maus-tratos tem que passar pela secretaria da Segurança, que tem lá a sua respectiva diretoria para atender”, esclarece. “Sempre que ligam para a secretaria do Meio Ambiente e é maus-tratos, a gente orienta para que eles liguem para o 153, até porque o 153 atende 24 horas e o nosso horário é das 13h às 19h só”, completa.

A secretaria atua com ações protetivas. Neste mês, foram lançados os programas Castra Pet, que ofertará castrações gratuitas para pets de famílias carentes, e o Patinha Cidadã que vai oferecer microchipagem e vacinação antirrábica pra cães e gatos. As ações visam ao controle populacional de pets, prevenção de doenças e combate ao abandono e casos de maus-tratos.

Cão ficou cinco horas na sacada

Karine Almeida Gomes, gerente da Rede Pires de Hotéis, explicou que o hotel Mercure é pet friendly e que “de forma alguma corrobora com condutas que coloquem em risco a vida e a saúde dos pets”. Segundo Karine, o dono do cão saiu do hotel por volta das 16h30 sem informar que havia deixado o animal na sacada, mesmo tendo assinado termo que proíbe deixar pets sozinhos.

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As reclamações dos vizinhos teriam iniciado perto das 19h30. A coordenadora da recepção foi ao quarto, deu água ao cachorro e verificou que ele estava bem. Paralelamente, o hotel começou a ligar para o hóspede.

O homem atendeu ao telefone às 21h e voltou em cerca de 20 minutos. “Foi informado a ele que o hotel não se responsabilizaria caso a guarda ambiental recolhesse o pet por maus-tratos. Assim que conseguimos contato, ele retornou em menos de 20 minutos”, disse a gerente.



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