O acesso a imóveis particulares fora da área de concessão da Volare Empreendimentos Turísticos, no Morro do Careca, em Balneário Camboriú, teria sido bloqueado pela empresa para as obras de revitalização do parque no topo do morro. A concessionária nega o impedimento e explica que o fechamento está restrito à área da concessão, na parte de cima do morro. 

A denúncia diz que os donos de terrenos no local estavam se organizando pra estudar as possibilidades de uso dos imóveis e teriam sido impedidos pela empresa de acessar os lotes pela entrada do parque, na rua Sérgio Milliet. Os proprietários relatam que a medida seria indevida, considerando que a área de concessão é só no topo, sendo o restante do morro formado por imóveis de terceiros. 

Num cartório em Balneário Camboriú foi lavrada uma ata pra constatar o bloqueio indevido. O registro foi feito no dia 26 de agosto, quando o parque ainda não tinha sido fechado temporariamente para as obras de revitalização, a partir de 1º de setembro. Na ocasião, o segurança foi questionado sobre a proibição de acesso de veículos, estando liberada apenas pedestres, mas que estes também não poderiam entrar a partir deste mês. 

A prefeitura informou que, no caso de algum tipo de bloqueio aos proprietários, a pessoa deve entrar em contato com o município diretamente e também conversar com a empresa. O acesso ao Morro do Careca foi suspenso neste mês para as obras do projeto de concessão do parque. A medida foi anunciada pela Volare, por questões de segurança para os trabalhos no topo do morro.

O fechamento temporário ao público já estava previsto no projeto e está de acordo com o cronograma das obras. Antes do início da concessão, o acesso de veículos particulares já estava proibido no morro, liberado apenas para equipes e pilotos de voo livre. Com o começo da obra, a proibição de carros segue por motivo de segurança. Já o portão de fechamento foi colocado dentro da área de concessão. 

A empresa esclareceu que não há bloqueio na entrada do parque, na parte de baixo do morro. No entanto, adianta que o acesso pode ser fechado quando máquinas ou cargas oferecerem risco. Ainda assim, a medida é passageira, para garantir um ambiente seguro em função das obras. O andamento dos serviços será divulgado pela empresa em comunicados. A obra toda deve estar concluída até o fim de 2026. Segundo a empresa, a placa que está no local já existia desde a época em que o Ministério Público determinou o fechamento do morro. "Evidentemente que essa placa não impede que os proprietários acessem seus terrenos. Ela serve como um aviso para evitar a circulação de veículos, já que a estrada é estreita e muita gente sobe ali para caminhar ou fazer trilha. Com carros passando, torna-se inseguro. Mais adiante, quando houver melhorias nas condições de acesso, a ideia é colocar monitores para orientar os visitantes. Mas, neste momento, o tráfego de veículos ali representa risco", informou via assessoria de imprensa. A empresa ainda alega que se a prefeitura ou outra autoridade determinar a retirada da placa, a empresa vai removê-la.

O projeto de revitalização do parque, aprovado pela prefeitura e câmara de vereadores, prevê a implantação de mirantes, a modernização da rampa de decolagem de voo livre e a criação de novos atrativos do chamado Complexo Turístico Morro do Careca – Skyglass BC. Entre as novidades, está a construção de uma passarela de vidro suspensa, com visão panorâmica do mar e da cidade. 

A concessão do Morro do Careca tem validade de 20 anos e garantirá ao município um retorno de R$ 62 milhões. Pelo contrato, a concessionária tem a obrigação de manter o espaço limpo, seguro e acessível.