Denúncia
Cemitério central é vítima de abandono e vandalismo
Jazigo da família Müller teve os vidros destruídos e até um crânio foi furtado no local
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]

O cemitério do centro de Barra Velha foi novamente alvo de vandalismo e furtos neste final de semana, e o jazigo da tradicional família Müller foi o alvo da vez, com vidros quebrados e itens remexidos. Segundo relatos dos familiares que têm sepulturas no local, o descaso com a memória dos barra-velhenses e a falta de respeito são gritantes e vêm aumentando.
A moradora Selma Müller denunciou ao DIARINHO a ausência de portões e medidas de segurança, o que estaria facilitando a ação de criminosos. De acordo com ela, meses atrás os portões de alumínio instalados em seu túmulo foram danificados e furtados. Agora, foi a vez das portas de vidro serem destruídas. O cemitério fica em frente à prefeitura de Barra Velha, na rua Pedro Alcântara de Freitas, bem no centro.
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“Não é somente o nosso, são vários casos. Enquanto o poder público não tomar providências vamos continuar sendo vítimas”, afirmou, mostrando fotos de um pedaço de meio-fio de concreto lançado contra o vidro, que ficou despedaçado.
O relato de vandalismo é também repetido por moradoras como Ivete Schweitzer, Maria Isabel André e Odete Angélico. “No nosso jazigo roubaram a porta e a janela, colocamos uma porta de vidro e fechamos a janela com tijolos”, relatou Ivete. “No caso do túmulo dos meus pais, levaram os letreiros, quebraram a santinha que tinha em cima da sepultura e vandalizaram o jazigo dos meus irmãos também”, acrescenta.
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Já Maria Isabel André e Roseli Almeida alegam que há o desrespeito tanto dos vândalos como do poder público. “Os bandidos não deixam nossos entes queridos descansarem em paz”, diz Roseli. Em geral, além do vandalismo há furtos cometidos por usuários de drogas que circulam no local mesmo à noite.
Em julho último, um dos casos mais gritantes de desrespeito aconteceu quando uma moça com problemas psiquiátricos invadiu o local e furtou uma ossada – ela inclusive saiu “lambendo” um crânio, segundo apontaram testemunhas, e acabou detida nas imediações da avenida Governador Celso Ramos.
As famílias pedem a instalação de portão, câmeras de monitoramento e maior fiscalização para garantir o respeito aos espaços destinados aos entes falecidos. O DIARINHO contatou pela manhã a assessoria de imprensa da prefeitura, a para saber se algo poderá ser feito, mas não houve retorno até o fechamento da matéria.
Juvan Neto
Juvan Neto; formado em Jornalismo pela Univali e graduando em Direito. Escreve sobre as cidades de Barra Velha, Penha e Balneário Piçarras.