A Polícia Federal, junto com o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (Ima) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cumpriu ordens de busca e apreensão contra um biólogo que faz exposições e feiras com animais exóticos há mais de uma década. Ele é investigado por crimes ambientais praticados de forma reiterada em Santa Catarina.

Houve busca e apreensão na casa dele em Blumenau nesta quinta-feira. A PF informou que foram apreendidos documentos, aparelho celular, caixas de transporte de répteis, entre outros itens. As buscas e perícias feitas serão usadas para dar sequência nas investigações.

Durante a investigação e fiscalização, foram feitas duas ações contra as condições em que o biólogo expunha os animais em eventos realizados em fevereiro deste ano, em um shopping de São José, e também num evento em Timbó, no último mês de junho.

Nessas ocasiões, foram apreendidos diversos animais, incluindo uma cobra píton amarela e três serpentes da espécie corn snake, ambas exóticas e com importação proibida no Brasil devido ao risco de desequilíbrio ambiental caso sejam introduzidas na natureza. Também foram recolhidas espécies da fauna brasileira, como cobras, aracnídeos e anfíbios, além de esqueletos e peles de animais.

Conforme apurado pela PF, o investigado atua há mais de uma década promovendo exposições e apresentações com animais silvestres e exóticos, especialmente répteis e serpentes, sem qualquer autorização dos órgãos ambientais competentes.

Pela Lei de Crimes Ambientais, é crime matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, sendo a conduta punível com pena de detenção de seis meses a um ano, além da aplicação de multa.

Apreensão no shopping

No dia 22 de fevereiro deste ano, o biólogo foi multado em R$ 24,5 mil e diversos animais foram apreendidos após uma apresentação com crianças em um shopping de São José, na grande Florianópolis. Segundo o Ibama, os bichos não tinham documentação de origem. O biólogo apresentava informações sobre as espécies e manipulava os animais, como aranhas, serpentes, anfíbios e roedores, além de possuir partes de animais, como uma pele de sucuri amazônica.