Deyvid e Thiago foram mortos a tiros na terça-feira passada, em Piçarras
(fotos: Arquivos)
Ralf foi preso minutos após o crime, ainda com vestígios de sangue (Foto: Arquivo)
A defesa do empresário Ralf Mank Junior, dono da Blue Safira Imóveis e assassino confesso de Thiago Afonso, de 29 anos, CEO da Ibiza Imóveis, e do corretor de imóveis Deyvid Luiz Leite, 46 anos, trabalha com a tese de legítima defesa, alegando que ele foi vítima de uma emboscada no caso do duplo assassinato que chocou Balneário Piçarras na semana passada. Ralf é ex-integrante do Exército Brasileiro e usou uma pistola calibre 9 milímetros para matar as vítimas.
Continua depois da publicidade
Segundo o advogado Rodolfo Warmeling, que assumiu a defesa na última sexta-feira, Ralf conhecia Thiago há cerca de três anos e mantinha com ele uma relação profissional. Após um arrombamento ...
Já tem cadastro? Clique aqui
Quer ler notícias de graça no DIARINHO? Faça seu cadastro e tenha 10 acessos mensais
Ou assine o DIARINHO agora e tenha acesso ilimitado!
Faça login com o seu e-mail do Google:
OU
Se você já tem um login e senha, por favor insira abaixo:
Segundo o advogado Rodolfo Warmeling, que assumiu a defesa na última sexta-feira, Ralf conhecia Thiago há cerca de três anos e mantinha com ele uma relação profissional. Após um arrombamento em sua imobiliária no fim de maio, que causou sérios prejuízos, Ralf decidiu vender o ponto comercial. A negociação foi intermediada por Thiago, que indicou dois interessados: Deyvid e Rafael.
Continua depois da publicidade
Apenas parte dos valores foi paga após a assinatura do contrato. O advogado alega que Deyvid deixou de cumprir com os pagamentos e a pressão para a quitação do acordo aumentou. Segundo a defesa, os três homens teriam articulado diversas tentativas de atrair Ralf para fora da cidade, com o objetivo de ameaçá-lo — fatos que estariam confirmados por mensagens e áudios que, segundo o advogado, já estão com a equipe jurídica.
No dia do duplo homicídio, terça-feira da semana passada, Ralf foi chamado até sua antiga imobiliária, a Blue Safira Imóveis. Lá, teria sido surpreendido pelos dois corretores e sido ameaçado. “Em legítima defesa, reagiu. Após os disparos, Ralf acionou imediatamente a Polícia Militar, informou sua localização e se entregou espontaneamente”, afirmou o advogado. Ralf foi preso em flagrante num posto de combustíveis da cidade.
Continua depois da publicidade
Câmeras desligadas
A equipe de defesa ainda afirma que o equipamento de gravação da imobiliária foi retirado sem o conhecimento de Ralf e que há registros de ameaças veladas feitas por uma das vítimas dias antes. Segundo a defesa, uma das vítimas tem antecedentes por lesão corporal gravíssima em Curitiba (PR), em contexto semelhante de cobranças e ameaças; além disso, haveria conversas e áudios que mostrariam comportamento agressivo dos envolvidos durante a cobrança de dívidas.
“A defesa colabora ativamente com as investigações e confia na atuação da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, acreditando que, no momento oportuno, os fatos serão devidamente esclarecidos e a tese de legítima defesa confirmada. Ralf Manke é primário, sem antecedentes, ex-integrante do Exército Brasileiro e possuía registro da arma utilizada”, alegou o advogado.
Investigação vai esclarecer duplo assassinato
Pistola nove milímetros foi usada para matar as vítimas (foto: divulgação)
A delegada Beatriz Ribas Dias dos Reis, responsável pela investigação, já tinha conhecimento da linha de defesa e ainda na semana passada afirmou que todas as informações serão apuradas no inquérito policial. À delegada, Ralf afirmou que Deyvid devia uma parcela de R$ 25 mil dos R$ 150 mil referentes à compra da imobiliária. Os outros R$ 150 mil, pela venda da imobiliária, seriam pagos por Rafael.
Continua depois da publicidade
No depoimento, Ralf disse que se sentiu ameaçado e que acreditava que as vítimas estavam armadas — o que não se confirmou. Durante o encontro na Blue Safira Imóveis, ele discutiu com Thiago e Deyvid e atirou mais de oito vezes, matando os dois.
Ralf foi preso em flagrante ainda com vestígios de sangue, a bordo de um Audi azul, num posto de gasolina de Piçarras, minutos após o crime. O carro, a arma, documentos e aparelhos eletrônicos foram apreendidos para auxiliar nas investigações. A polícia também recolheu os celulares das vítimas e das testemunhas, além de um notebook e anotações da reunião.
O ex-militar tinha registro como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), mas não o porte de arma. A autorização era válida apenas para uso em estandes de tiro. Ao DIARINHO, a delegada Beatriz já havia afirmado que não sentiu qualquer tipo de arrependimento de Ralf durante depoimento prestado após a prisão. “Não se mostrou arrependido no depoimento. Ele estava bem tranquilo”, disse a delegada.
Dando seu ok, você está de acordo com a nossa Política de Privacidade e com o uso dos cookies que nos permitem melhorar nossos serviços e recomendar conteúdos do seu interesse.