PROJETO BILIONÁRIO
Encomendas da Petrobras marcam novo momento da indústria naval
Estaleiros de Itajaí e Navegantes vão construir 16 navios de apoio às atividades petrolíferas
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O projeto pra renovação da frota das embarcações de apoio da Petrobras marca uma nova fase pra indústria naval de Itajaí e Navegantes, que são polos nacionais do setor. O pacote prevê a contratação de 52 novos barcos até 2026, num investimento de R$ 29 bilhões da estatal. Do total, 16 serão construídos pelos estaleiros Bram/Navship, de Navegantes e Starnav/Detroit, de Itajaí, com as primeiras unidades já em andamento.
O impacto econômico na região é de mais de R$ 7 bilhões, com geração de 15 mil empregos. Em Itajaí, a Detroit Brasil está construindo 10 embarcações do projeto, seis do tipo PSV, pra transporte de suprimentos, e quatro OSRVs, pra combate a derramamento de óleo. O estaleiro poderá ganhar novos pedidos, conforme a abertura das contratações pela Petrobrás.
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Ao anunciar o projeto em Itajaí, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, falou da importância da região e do estado pra retomada da indústria naval, que não recebia encomendas da empresa há quase 10 anos. “Desde o ano passado, estamos demandando embarcações para a indústria nacional. Nosso programa de renovação e ampliação de frota de embarcações é um marco para a retomada dessa indústria”, comentou.
Além dos investimentos pela Petrobras, a indústria naval terá um financiamento recorde para obras de infraestrutura e modernização do setor em Santa Catarina, por meio do Fundo da Marinha Mercante. Foram aprovadas 77 obras no estado, com valor de R$ 9 bilhões e previsão de gerar mais de 17,5 mil empregos. Do total, R$ 710 milhões já contratados serão em projetos de construção, docagem e reparos de embarcações.
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Retomada e crescimento do setor

O Sindicato das Indústrias da Construção Naval de Itajaí e Navegantes (Sinconavin) destaca que o setor atravessa um período de forte retomada e crescimento, impulsionado pela construção de novas embarcações da Petrobras. “Atualmente, o setor mantém cerca de cinco mil empregos diretos, número que deve aumentar significativamente com as novas contratações para atender a demanda da estatal”, analisa o presidente da entidade, Paulo Santana Neto.
Paulo observa que, com a construção das 16 embarcações pela Navship e Detroit, a região se consolida como um polo estratégico da indústria naval brasileira, abrigando ao menos 30% das 52 embarcações projetadas pelo programa da Petrobras. “Esse investimento trazido para Itajaí e Navegantes fortalece ainda mais a economia local, fomentando a cadeia de fornecedores e impulsionando a geração de emprego e renda para a população”, frisa.
Além da indústria naval, o presidente do sindicato lembra que o setor náutico continua desempenhando um papel fundamental na região, respondendo pela produção de metade dos barcos de lazer no Brasil e 90% dos barcos enviados ao mercado externo. Segundo informa, só em 2024, o segmento náutico movimentou cerca de R$ 1 bilhão, posicionando Itajaí como o principal polo náutico do país, atraindo investidores e grandes eventos para a cidade.
“Com esse cenário promissor, estima-se que, no auge da produção, o setor naval e náutico deverá alcançar cerca de sete mil empregos diretos nas cidades de Itajaí e Navegantes, consolidando a relevância deste segmento da indústria para o desenvolvimento econômico da região”, comenta.