humanização
Com propósito e proximidade, cooperativas conquistam espaço nas comunidades
Organizações promovem inclusão e desenvolvimento
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]


Mais do que instituições financeiras, as cooperativas de crédito vêm se consolidando como agentes transformadores da economia brasileira. Ao democratizarem o acesso ao crédito e priorizarem parcelas da população historicamente excluídas pelo sistema bancário tradicional, essas organizações promovem inclusão e desenvolvimento. Para se ter uma ideia da dimensão desse impacto, hoje as cooperativas são responsáveis por mais de 90% das ações de fomento econômico implementadas no país, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.
Dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) revelam que, em mais de 900 localidades brasileiras, as cooperativas de crédito são as únicas instituições financeiras em atividade, verdadeiros motores de transformação social nessas regiões. Em Santa Catarina, por exemplo, estado que representa apenas 1,12% do território nacional, existem 1.319 agências cooperativas, presentes em 294 dos 295 municípios. Em 47 dessas cidades, as cooperativas são a única opção de crédito disponível, comprovando sua capilaridade e papel estratégico na inclusão financeira.
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Crédito mais acessível e produtivo
Outro diferencial do cooperativismo de crédito é a democratização do crédito produtivo, com forte atuação junto a empreendedores e pequenos agricultores. As cooperativas oferecem acesso a linhas de financiamento com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), praticando spreads menores e oferecendo prazos, em média, 12 meses mais longos que os praticados pelas instituições tradicionais.
De acordo com a OCB, 91% da carteira de Pessoa Jurídica com recursos do BNDES nas cooperativas são destinados a micro, pequenas e médias empresas, enquanto, nos bancos tradicionais, esse índice gira em torno de 77%. Além disso, 82% das operações do Pronaf Investimento e 100% das operações do Pronaf Custeio são realizadas por cooperativas. No total, elas concentram 70% de todas as operações concedidas nos programas do BNDES.
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Silvano Lazarini Junior, diretor executivo da Credifoz, destaca que o desenvolvimento local promovido pelas cooperativas é parte essencial de seu modelo de atuação. “Ao reinvestir na própria comunidade, fortalecemos a economia local, reduzimos desigualdades e promovemos um desenvolvimento mais justo, sustentável e duradouro”, afirma.
Segundo ele, a Credifoz atua diretamente na promoção da inclusão e no apoio ao desenvolvimento das comunidades onde está presente. “Estamos no dia a dia da população, promovendo ações de educação financeira para crianças, jovens e adultos. Isso contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para o futuro.”
Distribuição de crédito em condições justas
Para Dangelo Dalla Rosa, gerente de negócios do Sicoob Central, o cooperativismo de crédito é mais que um modelo de negócio: é uma filosofia baseada na solidariedade e no desenvolvimento compartilhado. “A razão do Sicoob existir é melhorar a vida das pessoas, desenvolver cidades e comunidades, distribuir renda de forma mais justa e fazer a economia girar, especialmente por meio das sobras, que são devolvidas aos cooperados”, destaca.
Dangelo observa ainda que, embora as cooperativas representem apenas 6% do sistema financeiro nacional, esse número está crescendo rapidamente. “O cooperativismo dobra de tamanho a cada três ou quatro anos. Ainda somos pequenos, mas estamos crescendo de forma sólida. E, ao olharmos para países com sistemas mais maduros, vemos que o futuro do cooperativismo é promissor.”
Claiquer Carneiro, especialista em cooperativismo financeiro e coordenador técnico do ramo de crédito do Sindicato e Organização das Cooperativas de SC (Ocesc), lembra que entre os sete princípios cooperativistas estão o interesse pela comunidade e a educação, formação e informação. “Quando falamos em interesse pela comunidade, nos referimos também às ações sociais e de fomento à educação e à cultura, que muitas cooperativas promovem por meio de programas próprios.”
Essas ações, segundo Claiquer, incluem a destinação de parte dos resultados financeiros a projetos sociais nas áreas de educação, esporte, inclusão de jovens, cultura e recreação, atividades com relevante impacto para as comunidades onde as cooperativas atuam.