EDUCAÇÃO
Juventude conectada ao futuro: cooperativas apostam na educação para transformar comunidades
Cooperativas de crédito tratam a educação financeira como ferramenta de inclusão social
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]



Capacitar não apenas os associados, mas também toda a comunidade para tomar decisões conscientes sobre finanças, promovendo maior controle de gastos, investimentos e planejamento do futuro, é uma forma de inclusão social. Com esse propósito, as cooperativas desenvolvem programas de educação financeira em suas regiões de atuação. Esse tipo de formação contribui para criar uma cultura financeira mais equilibrada, tanto individual quanto coletivamente.
Entre 12 e 18 de maio, cooperativas de crédito de todo o Brasil participaram da Semana Nacional de Educação Financeira, com foco especial em crianças e jovens. O tema da edição deste ano buscou preparar a sociedade para escolhas mais conscientes. No entanto, as ações não se limitam a uma única semana no ano. Além da mobilização nacional em maio, as cooperativas mantêm programas contínuos destinados a diferentes públicos: desde alunos da educação infantil até universitários.
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Roberto Veneri, gerente da agência do Sicredi em Balneário Camboriú, conta que a cooperativa forma, anualmente, mais de duas mil crianças de escolas das redes municipal, estadual e privada. “Muitas dessas instituições nos procuram para aplicar os cursos de educação financeira, assim como nossas agências também buscam firmar parcerias com elas para ampliar a difusão do conhecimento”, destaca.
Além das ações específicas da Semana Nacional, Roberto explica que a cooperativa realiza atividades educativas ao longo de todo o ano, também em universidades e empresas. “No nosso caso, todas as agências do Sicredi desenvolvem o programa de forma contínua, com ações mensais.”
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“Nosso compromisso é cultivar hábitos financeiros saudáveis desde a infância até a fase adulta. Acreditamos que essa é uma das chaves para promover prosperidade e desenvolvimento nas pessoas e nas comunidades”, afirma José Domingos de Andrade, presidente da instituição.
O Sicoob também reforça seu compromisso institucional com a construção de um futuro financeiramente mais consciente, estimulando bons hábitos de consumo, planejamento e investimentos. A abordagem é interativa e voltada ao universo jovem.
Para Luiz Edson Feltrim, superintendente de Cidadania e Sustentabilidade do Sicoob, oferecer conhecimento e ferramentas para que jovens e adultos administrem suas finanças fortalece não apenas o indivíduo, mas beneficia toda a sociedade. “Capacitar financeiramente contribui para comunidades mais resilientes e preparadas para enfrentar desafios econômicos”, afirma.
Educação financeira e inserção social caminham juntas
O Sebrae também desenvolve um amplo programa de educação financeira na região, em parceria com cooperativas de crédito. Ionita Lunelli, gerente regional do Sebrae/SC no Vale do Itajaí, explica que a instituição promove ações educativas nas áreas de finanças e empreendedorismo por meio de programas estruturados em conjunto com as cooperativas. Um exemplo é o Programa Coopera Empreendedor, realizado junto com a Viacredi.
Esses programas são voltados aos cooperados e abordam temas como gestão financeira, marketing, planejamento estratégico, processos e gestão de pessoas. As cooperativas mobilizam os cooperados e a comunidade, enquanto o Sebrae desenvolve a metodologia, coordena o programa e oferece consultorias e atendimentos especializados. O objetivo é fortalecer pequenos negócios e fomentar o empreendedorismo local.
Embora não haja uma parceria formal com as cooperativas de crédito, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/SC) também mantém um programa robusto de educação financeira voltado a jovens aprendizes, muitos deles ligados às cooperativas. “O conteúdo faz parte dos currículos dos cursos e é aplicado a cerca de 20 mil jovens no estado. Entre eles, uma parcela significativa atua em cooperativas”, relata Rafael Amaral, líder da modalidade de aprendizagem industrial do Senai/SC.
Rafael destaca a importância de abordar temas financeiros com os jovens, muitos dos quais estão em seu primeiro emprego. “É fundamental que compreendam o valor do dinheiro e aprendam a se organizar financeiramente. Também trabalhamos temas como empreendedorismo e inovação, desenvolvendo projetos voltados à educação financeira com jovens de 14 a 23 anos”, conclui.
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