O prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), foi direto ao ponto ao afirmar que pessoas que levarem bebês reborn para atendimento em unidades de saúde da cidade poderão ser internadas de forma involuntária. A fala foi divulgada nesta sexta-feira, em um vídeo publicado nas redes sociais do próprio prefeito. As informações são do portal ND+.
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Os bebês reborn são bonecos hiper-realistas que reproduzem nos mínimos detalhes os traços de um recém-nascido. Feitos com materiais que simulam pele, cabelo, veias e até rugas, esses bonecos criam ...
Os bebês reborn são bonecos hiper-realistas que reproduzem nos mínimos detalhes os traços de um recém-nascido. Feitos com materiais que simulam pele, cabelo, veias e até rugas, esses bonecos criam vínculos afetivos entre colecionadores e os brinquedos, gerando debates sobre o uso em ambientes públicos.
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Apesar das críticas, o prefeito disse não ser contra quem possui os bonecos. “Pode ter, guardar, fazer coleção, o problema é quando querem tratar como um bebê de verdade. Estão levando para consulta, para vacinação. Isso ultrapassa o razoável”, afirmou. Segundo ele, pessoas que insistirem nesse comportamento “não podem estar bem”.
A declaração ocorre no contexto da tramitação de projetos de lei em diferentes estados e no Congresso Nacional sobre o uso desses bonecos em serviços públicos. “Chapecó não vai criar nenhuma lei sobre isso. Aqui, a gente trata com bom senso. Quem quiser atendimento médico para boneco vai ser internado, e ponto final”, concluiu.
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A assessoria de imprensa informou que o prefeito não vai se manifestar além do vídeo. A fala teve repercussão nas redes sociais, com manifestações tanto de apoio quanto de críticas.
Projetos de lei avançam em Brasília
Na Câmara dos Deputados, pelo menos três propostas foram apresentadas nesta semana sobre o tema. Um projeto do deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) quer proibir o atendimento médico a bonecas reborn em unidades públicas de saúde, sob o argumento de que isso desvia recursos e atenção de pacientes reais.
Outro projeto, da deputada Rosângela Moro (União-SP), sugere incluir atendimento psicossocial no SUS para pessoas que desenvolvem vínculos afetivos intensos com os bonecos. Já o deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO) propôs multar quem tentar usar uma boneca para obter atendimento prioritário, direito garantido a pessoas com crianças de colo.
O que são os bebês reborn
As bonecas reborn, também chamadas de “bebês realistas”, são confeccionadas artesanalmente para imitar com precisão os traços de um recém-nascido. Cada detalhe é pensado para aumentar a semelhança: cor da pele, veias, cabelo implantado fio a fio, cílios e até pequenas imperfeições.
A brincadeira surgiu nos Estados Unidos na década de 1990 e ganhou popularidade no Brasil, especialmente nas redes sociais. Plataformas como YouTube e TikTok concentram perfis dedicados à rotina de cuidados com essas bonecas, que podem custar milhares de reais.
Uso terapêutico e debate sobre saúde mental
Embora sejam itens de colecionismo, os bebês reborn também são utilizados como ferramentas terapêuticas, especialmente em casos de luto ou ansiedade. No entanto, o uso fora desse contexto levanta discussões sobre a necessidade de acompanhamento psicológico, principalmente quando há confusão entre fantasia e realidade.