O prefeito de Itajaí, Robison Coelho (PL), apresentou nesta sexta-feira um balanço dos 90 dias do novo governo. Foram destacadas ações na saúde, educação, segurança, infraestrutura e saneamento. Uma das novidades é que, pra suprir a demanda de falta de escolas, o governo planeja construir uma escola por ano.

Conforme o município, entre as 500 medidas planejadas desde o início do ano, 315 foram cumpridas nestes primeiros três meses de gestão, com saldo de 63% de execução. Novas obras e projetos também foram anunciados.

A operação Recomeço, iniciada em 2 de janeiro com ações integradas de segurança, foi um dos principais destaques apresentados. O balanço aponta quedas nos índices de criminalidade, sendo 42% menos roubos, 24% menos furtos e 30% menos assassinatos. Por outro lado, houve aumento de 80% nas apreensões do tráfico de drogas.

Os dados são em comparação com o primeiro trimestre de 2024.

A operação é marcada pela barreira de segurança na entrada do bairro Nossa Senhora das Graças, o Matadouro, mas ações complementares também estão feitas pelos bairros, envolvendo vários órgãos e secretarias. Com o trabalho, a Assistência Social já encaminhou 165 pessoas para comunidades terapêuticas e outras 275 aceitaram ajuda pra retornar às suas cidades de origem.

O prefeito informou que a operação vai continuar, com novos projetos em paralelo. A prefeitura planeja espalhar pela cidade câmeras com leitor ótico de reconhecimento facial e de placas de veículos, a serem monitoradas pela Guarda Municipal e agentes de trânsito. “Pra nós transformarmos Itajaí na cidade mais vigiada do sul do Brasil”, destacou Robison.

Desafios na educação

Na educação, o governo relatou que assumiu a gestão com escolas e creches em condições precárias de infraestrutura, sendo montada uma força-tarefa pra garantir melhorias emergenciais. Cerca de 40 creches receberam manutenção e mais de 800 aparelhos de ar-condicionado foram reparados, além de colocação de 100 novos equipamentos.

A fila única para escolas e creches segue como um dos desafios, mas Robison ressaltou ações que aliviaram o problema. “Nós já conseguimos reduzir consideravelmente as filas da educação infantil através de parceiras e aproveitamento melhor das atuais unidades de ensino da cidade”, disse.

Pra suprir a demanda, o governo planeja construir uma escola por ano.

O governo conquistou recursos de R$ 19 milhões pra três novas unidades. São duas escolas, uma no São Vicente e outra no Santa Regina, e uma creche, também no Santa Regina.

Ainda neste semestre, o prefeito prometeu lançar a licitação da escola do Santa Regina. “A solução pra Educação é fazer investimento. A última escola construída na cidade foi em 2011 [Centro Educacional Pedro Rizzi]. A população aumentou em quase 120 mil pessoas desde então”, observou.

Obra da Marcos Konder entra na reta final 

No primeiro trimestre, a prefeitura teve foco na recuperação de ruas, incluindo as avenidas Adolfo Konder, Contorno Sul e Paulo Bauer, que ganharam novo asfalto, e ações contra alagamentos, com limpeza de rios e mais de dois quilômetros de tubos e galerias. Entre as obras em andamento, a revitalização da avenida Marcos Konder entra na fase final.

O diretor-executivo da Secretaria de Urbanismo, Ricardo Rebello, informa que a obra deve ser concluída em cerca de 90 dias. No momento, há uma frente de trabalho no trecho entre a Joca Brandão e a Contorno Sul e outra na calçada do estádio do Marcílio Dias.

Com a finalização da quadra até a Joca Brandão, a tranqueira no trânsito já deve acabar. “A parte de infraestrutura, que é de tubulação mais pesada e que deixa [a via] em duas pistas, praticamente estamos na etapa final, que é este trecho da Joca Brandão até a Contorno Sul”, explica Ricardo.

Outras obras também ganharam ritmo, entre a ponte do Cidade Nova e São Judas, rua do Porto e binário da Praia Brava. Entre novos projetos, houve a retomada das obras pra duplicação da avenida Osvaldo Reis e do projeto que pretende ligar a Praia Brava à BR-101.

Nova ETA e novos reservatórios de água

O prefeito anunciou o projeto pra compra de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) compacta, com capacidade para tratar 500 litros de água por segundo. O investimento R$ 39,2 milhões vai ampliar a produção e dar segurança no abastecimento, especialmente em períodos de alto consumo, como no verão.

O projeto está em licitação, com pregão marcado para 12 de maio. O início das operações será em duas fases, metade da capacidade neste ano e a outra em 2026.

Uma outra licitação, a ser lançada, prevê a instalação de novos reservatórios nas regiões da Fazenda, Praia Brava e Itaipava, pontos finais da rede onde estão moradores que mais sofrem com torneiras secas.

Os atuais reservatórios têm estoque que duram apenas seis horas em dias de muito calor. “A gente produz muito, mas não tem capacidade de reservação”, frisou Robison.

O governo também está reduzindo os custos operacionais do Semasa, com medidas de gestão pra economizar R$ 10 milhões por ano. Em 90 dias, a redução projetada já seria de R$ 5 milhões. 

Município quer assumir obra da Via Portuária

Outro anúncio do prefeito foi a proposta de assumir a finalização da Via Expressa Portuária no trecho que hoje é de responsabilidade do governo federal. A obra é esperada há mais de 20 anos, sofrendo com uma série de atrasos e impasses. Os últimos avanços foram com ações da prefeitura, mas o principal entrave, na ligação com a BR-101, depende da União.

“É uma obra do governo federal. Nós já oficializamos o Dnit da nossa intenção de municipalizar a obra. Municipalizando a obra, nós entregamos em quatro anos de mandato. É uma obra prevista de R$ 140 milhões, das mais importantes da nossa cidade que, para o crescimento da atividade portuária, necessita de uma via exclusiva para os caminhões”, comentou Robison.