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No início de março, o perfil Nostalgia Pura viralizou no Instagram ao publicar um vídeo relembrando os ovos de Páscoa vendidos por R$ 3,89 em 1995 — época em que o salário mínimo era de cerca de R$ 100. A postagem já soma mais de 1,5 milhão de visualizações e cerca de 1,7 mil comentários, muitos criticando a redução no tamanho e na qualidade dos ovos.
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Uma publicação compartilhada por Nostalgia Pura (@nostalgiapuraaa1)
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“Não era barato na época em relação ao salário, mas pelo menos as coisas tinham qualidade e quantidade. Hoje, a gente continua pagando caro, pra comer alimentos falsos, leite que não é leite, chocolate que não é chocolate, café que não é café.... E a quantidade tudo diminuindo”, comentou uma usuária.
Cesta de Páscoa 19,1% mais cara em Itajaí
Em Itajaí, pesquisa do Procon revela que os preços dos chocolates subiram 19,1% em comparação com 2024. O levantamento, feito no dia 25 de março em oito supermercados da cidade, analisou 23 itens entre ovos e barras. Além do aumento nos preços, seis produtos encolheram em relação ao ano passado.
O item que mais contribuiu para a alta foi a barra Lacta de 80g, com aumento de 31,4%. Já a maior variação de preços foi registrada na barra Hershey’s de 82g, vendida entre R$ 3,38 e R$ 6,48 — uma diferença de 91,7%.
Entre as opções disponíveis, o ovo de Páscoa mais caro da cidade é o Ferrero Rocher de 225g, que custa R$ 119,90 no Koch. Já o mais barato é o Lacta Ao Leite de 157g, vendido por R$ 43,90 no Fort Atacadista.
A barra de chocolate mais acessível encontrada foi a Hershey’s de 82g, por R$ 3,38 no Fort Atacadista. Na outra ponta, a Milka de 100g é a mais cara: R$ 14,99 no Angeloni.
O Procon reforça a importância de pesquisar antes de comprar, especialmente para quem quer economizar nesta Páscoa. (Pesquisa completa disponível ao final desta matéria).
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Piores, menores e mais caros
“Se você procura qualidade, leia a lista de ingredientes”, recomenda a especialista Zélia Frangioni, autora do blog Chocólatras Online. Em seu perfil no Instagram, ela alerta que os chocolates mais populares estão cada vez mais distantes da fórmula ideal: menos cacau, mais açúcar e mais gorduras vegetais — tudo para baratear o custo final.
O alerta vale também para produtos “sabor chocolate”, que contêm menos de 25% de cacau na formulação. Segundo Zélia, “não é chocolate, é enganação”.
Essas mudanças são reflexo da disparada no preço do cacau, que bateu US$ 10 mil por tonelada — o valor mais alto da história. O aumento é consequência de safras prejudicadas na África Ocidental, principal região produtora mundial, atingida por pragas e mudanças climáticas.
Com isso, o chocolate nas prateleiras está mais caro e, muitas vezes, com qualidade questionável. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (Abicab) explica que as marcas oferecem uma variedade de produtos, com diferentes proporções de cacau, frutas, castanhas e menos açúcar. O chocolate ao leite, porém, ainda domina o consumo no país.
Para fugir das armadilhas e encontrar um bom chocolate, Zélia sugere apostar nas barras "bean to bar" feitas no Brasil. Elas usam cacau especial, ingredientes naturais e são produzidas artesanalmente, em pequenas quantidades — um respiro de qualidade em meio à avalanche de produtos industrializados.
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Arquivo para download:
660821_Pesquisa-Pascoa-2025--1---1-.pdf